Mercado de SegurosNotícias

Visita de Rice ao Iraque dominada pela ofensiva turca

A secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, está hoje no Iraque para apoiar os esforços da ONU na estabilização da região petrolífera de Kirkuk, reclamada pelos curdos. A visita coincide com a entrada de militares turcos no Norte do país, numa operação contra os rebeldes do PKK.
Até ao momento, Rice não se pronunciou sobre a incursão do Exército turco – as agências internacionais falam na entrada de 300 soldados no Curdistão – que se segue a vários dias de bombardeamentos contra as bases dos independentistas curdos turcos em território iraquiano.
No entanto, o presidente da região autónoma do Curdistão, Massoud Barzani, anunciou que não se vai encontrar com a chefe da diplomacia norte-americana “em protesto contra a posição dos EUA relativamente aos recentes bombardeamentos”.
“É inadmissível que os EUA, responsáveis pela vigilância do nosso espaço aéreo, autorizem a Turquia a bombardear as nossas aldeias”, afirmou o seu porta-voz.
O chefe do Estado-maior turco, Yasar Buyukanit, revelou ontem que os bombardeamentos contra as bases do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) foram efectuados com o “acordo tácito” de Washington que, adiantou, terá “aberto o espaço aéreo” do Curdistão e “fornecido informações” sobre as posições da guerrilha separatista turca.
O Departamento de Estado norte-americano recusou-se a comentar esta informação que, a confirmar-se, rompe vários anos de grande proximidade entre Washington e a comunidade curda.
A viagem de Rice ao Iraque surge, no entanto, como um meio para apaziguar os ânimos entre os Governos turco e iraquiano, dois dos mais importantes aliados de Washington na região, tentando evitar que Bagdad encare a operação militar como um ataque à sua soberania.
Antes de chegar a Bagdad, onde esta tarde se encontra com o Presidente iraquiano, Jalal Talabani, também ele de etnia curda, Rice esteve esta manhã em Kirkuk, principal cidade petrolífera do Iraque, onde se encontrou com representantes curdos, sunitas, xiitas, cristãos e turcomanos.
Em cima da mesa está uma proposta da ONU para o adiamento do referendo à possibilidade de passar a cidade para o controlo das autoridades autónomas curdas. Segundo a Constituição iraquiana, a consulta deveria ocorrer a 31 de Dezembro, mas as Nações Unidas propõe a sua realização apenas em Junho de 2008, dando tempo para um delicado processo de revisão das fronteiras regionais, desenhadas pelo regime de Saddam Hussein.

Fonte: ÚLTIMA HORA

Falar agora
Olá 👋
Como podemos ajudá-la(o)?