Suzana Munhoz aponta perigos no caminho dos cidadãos éticos
Os cidadãos éticos deste século XXI encontram-se diante de vários perigos para manter a retidão. Em tempos de descrença generalizada na ciência, na política, na democracia, na bondade humana e tendo em vista o vazio ideológico, o esforço dos éticos deve ser redobrado para barrar o egoísmo como força motriz, o pessimismo melancólico, que pode resultar na servidão voluntária, mas ser ressentida, e a indiferença, que, no fim das contas, pode ser sinônimo de crueldade. A mensagem partiu da professora Suzana Munhoz, assessora de Projetos Especiais da CNSeg e doutora em Filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), ao proferir a palestra Entre o público e o privado, o lugar da ética”, nesta quinta-feira, a convite da própria CNSeg e do Clube das Luluzinhas Executivas de Seguros.
Os éticos devem engrossar a corrente da religiosidade laica, uma comunhão com algo que nos supera, mesmo na ausência da fé em uma divindade pessoal e providente…. Por fim, é preciso abrir mão de transcendências para reconstruir uma moral perdida, praticar “o bem comum e da caridade, não para merecer prêmios ou escapar do castigo, mas simplesmente para seguir o instinto que provém da raiz humana comum que está escrito no corpo e no código genético de cada um de nós, destacou ela, lembrando palavras de Eugenio Scalfari.
Realizada na sede da CNSeg, no Centro do Rio, a palestra de Suzana provocou uma profunda reflexão e silêncios significativos entre os presentes ao encontro. Munhoz reconhece que as pessoas estão cada vez mais incrédulas, assombradas com a ira de uma natureza que cobra agora os abusos cometidos pelos homens e, nesse quadro, em busca de um novo modelo a seguir. Sem orientação, desistiram de tentar mudar o mundo, pensar o coletivo e buscam saídas individuais. Mas é preciso sair do casulo. Contudo, não há uma resposta fácil. Mas a busca pela felicidade tem a ver com policiar-se em relação ao egoísmo exacerbado, em combater a indiferença e o pessimismo, e ajudar não só os seus, reiterou Suzana, aplaudida ao término de sua exposição.
Fonte: Fenaseg