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Seis dicas práticas para acelerar a igualdade de gêneros

A participação do sexo feminino no mercado de trabalho é a menor dos 30 últimos anos, segundo o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), ligado ao Ministério da Economia. A taxa de mulheres economicamente ativas registrada no terceiro trimestre de 2020 foi de 45,8%, uma queda de 14% em relação a 2019. Esse é o nível mais baixo desde 1990, quando o índice ficou em 44,2%. Isso acontece em função da sobrecarga nas tarefas domésticas e dos cuidados com crianças e idosos, que se acentuou com a crise da covid-19, afetando sobretudo as mulheres na força de trabalho.

E embora mais instruídas que os homens, elas ainda têm dificuldades de alcançar cargos de chefia. No Brasil, no último levantamento realizado em 2019, apenas 37,4% dos cargos gerenciais existentes eram ocupados por mulheres, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O mesmo estudo mostra que há uma considerável diferença salarial entre os sexos no Brasil. As mulheres ganham cerca de 20,5% a menos do que os homens, tomando-se por base a população acima de 25 anos, com ensino superior completo. 

Enquanto elas têm um rendimento médio mensal na faixa de R$ 1.764, eles recebem por volta de R$ 2.306. “A possibilidade de gravidez ainda hoje é uma das causas para a disparidade salarial entre os gêneros”, analisa a CEO da Carpediem RH, Aliesh Costa.

E a diferença só aumenta, conforme a idade avança, o que evidencia que as trabalhadoras enfrentam grandes desafios no desenvolvimento de suas carreiras. A desigualdade salarial cresce ainda mais no grupo entre 40 e 49 anos, no qual mulheres faturam em média 25,1% menos do que homens da mesma faixa etária.

A especialista ressalta que, apesar do cenário de injustiças, a equiparação salarial é um item previsto pela legislação brasileira. “A lei trabalhista determina que os colaboradores que exerçam a mesma posição em uma organização devem receber idêntica remuneração, sem distinção de qualquer tipo”, enfatiza.  “A legislação existe justamente para coibir abusos e discriminações de pessoas por conta de idade, gênero, nacionalidade, raça ou qualquer outra questão”, afirma Aliesh.

Felizmente, conforme a especialista, de alguns anos para cá, vem ocorrendo um intenso debate sobre o tema. “Isso ocorre, inclusive, em âmbito empresarial, mas há muito ainda para se fazer”, diz a CEO da Carpediem RH.

Para acelerar a igualdade de gêneros no mercado de trabalho, Aliesh recomenda que os gestores e departamentos de RH levem em conta a implementação de estratégias para diminuir o abismo salarial entre homens e mulheres.

Segundo ela, para uma nova cultura organizacional surgir, é preciso mudar ideias preestabelecidas. “São pontos, muitas vezes, negligenciados na rotina das corporações, pois o fato de uma mulher ganhar menos foi algo incorporado à nossa cultura. No entanto, precisamos reverter essa realidade”, indica a CEO da Carpediem RH.

Dicas práticas que contribuem com a igualdade de gêneros

A CEO da Carpediem RH Aliesh Costa explica que há estratégias bastante assertivas que podem ser colocadas em prática nas organizações, para se promover a igualdade de gêneros. Veja abaixo como atacar o problema:

Contratar mulheres para cargos influentes, como o de gestoras e líderes. “Em geral, as empresas dão preferência a homens para exercerem essas funções. É preciso repensar esse conceito”, diz Aliesh.

Aumentar a presença das mulheres no quadro de colaboradores. As organizações devem buscar que mais profissionais do sexo feminino façam parte do seu time. Isso deve valer para todas as funções e ser baseada, obviamente, em critérios de competência, explica Aliesh.

Estimular os gestores da empresa a evidenciar e reter os talentos femininos na organização. “E alinhar os pensamentos e dizeres, ante a qualquer ruído de cultura machista, caso isso apareça no discurso de qualquer colaborador”, enfatiza.

Investir para que, uma vez contratadas, elas sejam reconhecidas, por seu trabalho. “O estímulo poderia contemplar bônus e promoções, por exemplo”, exemplifica Aliesh.

Manter os salários atualizados em relação ao mercado, para que não se cometa injustiças. “O departamento de RH deve reforçar esses dados com os gestores de área, para que revejam juntos e sigam corrigindo eventuais distorções, especialmente no tocante às mulheres”, explica.

Promover debates e palestras mostrando uma cultura organizacional justa e ética, livre de preconceitos e desigualdades. Eventos corporativos e treinamentos podem ajudar a reforçar os valores da organização, além de estimular comportamentos que visem ao bem-estar da coletividade.

Fonte: NULL

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