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Seguro de vida é a “bola da vez” no planejamento patrimonial e sucessório

Antes visto como produto de varejo para quem não tem patrimônio, o seguro de vida tem sido a bola da vez em estratégias de planejamento patrimonial e sucessório por ser isento de imposto e ter alta liquidez, enquanto outros instrumentos, como os fundos exclusivos, passaram a ser taxados.

Isso significa que nenhum imposto incide sobre ele – não é cobrado o montante segurado de ITCMD (imposto de herança e doação) nem mesmo imposto de renda. Além disso, a indenização é paga em até 30 dias após a entrega da documentação, enquanto os outros bens vão para inventário. Mas as seguradoras costumam pagar em menos de 10 dias.

“No inventário, os bens ficam bloqueados, e os custos da sucessão ficam a cargo dos herdeiros, que às vezes não tem dinheiro para arcar. Com a indenização, ganha-se liquidez para honrar com a tramitação”, afirma Hilca Vaz, diretora técnica de vida e previdência e capitalização da Mapfre Seguros, ao Wealth Point, programa do NeoFeed.

Somado a isso, houve a evolução do mercado nos últimos anos. Hoje, os seguros são personalizáveis, podendo ser moldadas as proteções para cada indivíduo. Ganham tração, por exemplo, os seguros resgatáveis, que tem uma acumulação de patrimônio que pode ser devolvida a qualquer momento, não apenas em causa de morte, e os seguros de proteção contra doenças.

“As classes A e B têm buscado muito esse instrumento. E o veem inclusive como um patrimônio adicional. Depois de uma apólice ser quitada, o montante vira patrimônio futuro da família”, afirma Bernardo Castello, diretor da Bradesco Vida e Previdência.

O mercado segurador deve passar por um novo boom de evolução após o marco legal dos seguros ser sancionado em dezembro de 2024, trazendo mais clareza nas regras e respaldo para os segurados. Para Vaz, da Mapfre Seguros, a regulamentação foi muito importante porque não havia uma legislação específica para seguros, apenas um regulador, a Superintendência de Seguros Privados (Susep).

“Vemos que em países que implementaram uma legislação de seguros, logo após o mercado cresceu muito. Agora há clareza entre as partes e isso abre oportunidades de novos negócios”, afirma Vaz.

Tanto a legislação como a evolução dos produtos de seguros são ingredientes importantes para esse mercado continuar crescendo acima de 10% por ano, ou mesmo acelerar. Por enquanto, a penetração do seguro é muito baixa, com apenas 17% da população segurada.

Para os especialistas, muitos modelos de negócio estão se beneficiando dessas mudanças. o Brasil tende a alcançar a maturidade que já existe em outros países. No Japão, mais de 90% das famílias estão cobertas por seguro de vida. a média global é de cerca de 35%.

Outra regulamentação que está chegando e pode alavancar esse movimento é a do seguro universal, que combina seguro de vida com investimentos.

“As negociações com a Susep para regular esse produto estão avançadas. Isso mostra que 2025 tem tudo para ser um ano decisivo para o seguro de vida, com todas essas mudanças chegando e sendo implementadas. E com grandes consequências para os próximos anos”, afirma Castello, da Bradesco Vida e Previdência.

Fonte: NeoFeed

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