Resseguradoras esperam perdas limitadas para mercado por nuvens vulcânicas
Em meio às pressões pela abertura dos aeroportos feitas pela Associação Internacional da Aviação Comercial (Iata), tendo em vista prejuízos diários de US$ 250 milhões para as empresas desde quinta-feira passada, apenas 30% dos voos devem ser autorizados nesta segunda-feira (8 mil ou 9 mil) na Europa. Desde quinta-feira, ao menos 63 mil foram cancelados.”Este vulcão paralisou o setor aéreo, primeiro na Europa, e agora está tendo implicações mundiais. A escala do impacto econômico já é maior do que no 11 de Setembro (de 2001), quando o espaço aéreo dos EUA foi fechado por três dias”, reclamou Giovanni Bisignani, da Iata, que criticou a proibição generalizada de vôos. Ministros europeus de Transportes estão reunidos neste momento para discutir o problema.
O departamento meteorológico britânico informou que a nuvem de cinzas terá pouca movimentação sobre a Europa nos próximos três ou quatro dias, mas poderia seguir para a costa leste da América do Norte.A Munich Re e a Allianz afirmaram que a indústria não terá muitos prejuízos, pois as companhias aéreas não contratam seguros de lucros cessantes ou, no termo em inglês, business interruption. Já o Sindicato de Corretoress de Londres, que congrega 1,7 mil profissionais, informou que as seguradoras, em especial a Tokio Marine Re, têm muitos seguros viagem celebrados com pessoas físicas que garantem esse tipo de evento e, portanto, os prejuízos serão incalculáveis.Apenas para efeito de comparação, o professor da Funenseg Gustavo Cunha Mello (e também corretor da Correcta) lembra da recente greve de pilotos da British Airways. Para cada dia de greve teve perdas de 13 milhões de libras esterlinas, diz. Segundo ele, um especialista em seguro aeronáutico, enquanto o Vulcão não parar, e dependendo do que ocorrer com as cinzas se vão se dissipar na atmosfera ou se depositar sobre plantações e ativos em solo ainda teremos muita especulação sobre o tamanho dos prejuízos a serem absorvidos.
O risco de voar com este tipo de nuvem foi revelado com um caso concreto. No dia 15 de abril, um caça da Força Aérea da Finlândia sobrevoou a nuvem de cinzas, a uma altitude acima de 50 mil pés, teve suas turbinas danificadas e apagadas em vôo. O piloto, que contou sua experiência no jornal da Globo, conseguiu ligar os motores graças a perícia, altitude levada e ter saído muito rapidamente da nuvem. Em solo analisaram e perceberam os danos pela selagem das partes internas do motor.Além das perdas da indústria aérea, há riscos com o aumento de doenças respiratórias e perdas na agricultura, uma vez que a fumaça que está no céu uma hora irá descer para a terra e ficará acumulada em algum lugar. De lá, precisará ser retirada e os danos indenizados para quem tiver seguro.
Fonte: Viver Seguro