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Preço do resseguro já teve queda de até 20%

Passados pouco mais de três meses da abertura do mercado de resseguros no País, dois efeitos já podem ser vistos. O primeiro diz respeito à queda nos preços, estimada entre 10% e 20%. Outro ponto está relacionado à adaptação sobre os prazos. De acordo com especialistas, antes o IRB-Brasil Re era obrigado por lei a conceder o resseguro, o que transformava o processo em automático. Agora, o prazo médio para confirmar o resseguro está em 10 dias.
De acordo com o diretor de Property & Casualty da Aon Risk Services, Antenor Ambrósio, a abertura do mercado acentuou, no Brasil, o período de soft market pelo qual o setor de resseguros passa no mundo. “A redução no preço, que varia de 10% a 20%, dependendo do caso, ocorre porque quem está no mercado não quer perder seus clientes. Portanto, o segurado tem sido beneficiado pelo atual cenário, que no Brasil se acentua pelo fim do monopólio do IRB”, explica.
Um bom exemplo para visualizar o período mais tranqüilo do mercado, razão pela qual os preços caem, está no setor de aviação. Segundo o gerente de resseguros da Aon, Newton Queiroz, a capacidade de absorção de risco para o segmento está em 110%. Além disso, Queiroz observa outra mudança no mercado. “A procura por resseguros facultativos aumentou muito. Antes, como só o IRB oferecia o serviço, os preços e os desenhos do resseguro eram praticamente iguais, mudando apenas a capacidade de absorção de risco de cada seguradora. Agora, existe a opção de pedir desenhos diferentes de avaliação de risco”, relata o executivo.
Ele revela que, no caso específico da Aon, as consultas triplicaram. “O mesmo não ocorreu com os contratos. Isso porque as consultas aumentam, pois ainda não se tem clareza do que gera ou não uma apólice de resseguro.”
Em relação ao processo burocrático dos contratos, Antenor Ambrósio diz que as empresas brasileiras estavam mal acostumadas sobre os procedimentos. “Como o IRB era obrigado a fazer o resseguro, o processo era praticamente automático. Agora, vale o que está no papel e quando ele chega nas mãos de todos. As seguradoras não podem dar cobertura até receber a confirmação da resseguradora. Isso tem levado, em média, 10 dias”, diz.
Apenas para seguir o que determina a lei – que 50% do contrato tem de ser direcionado para as resseguradoras locais, 40% para as admitidas e 10% para as eventuais – demora cerca de cinco dias, segundo os executivos.
No caso da Aon, Ambrósio afirma que a empresa busca iniciar a renovação de um seguro com 90 dias de antecedência. “Por conta disso e de termos informado os nossos clientes com antecedência, conseguimos dar a resposta de cobertura em três dias úteis, para alguns casos”, afirma.
Atualmente 18 resseguradoras e 24 corretoras de resseguros estão autorizadas a atuar no mercado brasileiro. De acordo com Marcelo Mansur, sócio do escritório Mattos Filho, em seu escritório, mais 18 resseguradoras já entraram com pedido de autorização da Superintendência de Seguros Privados (Susep) para atuarem no Brasil. Segundo dados do IRB-Brasil Re, a expectativa é que o mercado de resseguros no Brasil movimente US$ 3,5 bilhões em 2008, US$ 1 bilhão a mais do que em 2007, quando movimentou US$ 2,5 bilhões
De acordo com Luciano Calheiros, diretor da área de property da Zurich, a seguradora pretende dobrar o tamanho de sua carteira no mercado ressegurador, para cerca de US$ 200 milhões até o final do ano. “Certamente a abertura de mercado traz vantagens a todos os envolvidos”, diz. A Zurich está renegociando no mercado aberto contratos de properties e engenharia.
Para Calheiros, o objetivo principal da seguradora é conseguir o resseguro com melhores condições. Segundo ele, os contratos são negociados com menos restrições para a seguradora. “Há maior flexibilidade para as seguradoras desenharem seus produtos”, explica Calheiros, segundo quem é possível conseguir melhor taxa desde que a seguradora tenha bom histórico de sinistralidade e apresente análise de subscrição de riscos. “As novas resseguradoras solicitam informações diferentes das que o IRB-Brasil exigia”, explica Calheiros.
A Chubb também já usou o “novo” mercado de resseguros. Em parceria com a André Carasso Seguros, a seguradora repassou para as resseguradoras IRB-Re e Munich-Re, sua primeira apólice de riscos de engenharia fechada após a abertura do mercado de resseguros. O empreendimento segurado é o Central Park Prime, que está sendo construído pela Cyrela e pela Lúcio Engenharia. O valor da obra é de R$ 175 milhões. “Esse primeiro contrato que firmamos com duas resseguradoras ocorreu sem nenhum problema”, explica Márcia Barbieri, executiva do segmento de seguros empresariais da Chubb Seguros.
Swiss Re
Segundo o responsável pelo escritório da Swiss Re no Brasil, Henrique Oliveira, a abertura do mercado de resseguros apresenta um ganho de eficiência para as resseguradoras e um preço mais justo para as seguradoras. “Pretendemos atingir a liderança em longo prazo”, diz Oliveira. Para ele, apesar da turbulência no mercado devido à pressão inflacionária e à crise imobiliária americana, não há grandes catástrofes naturais desde 2005. Assim a tendência dos preços no mercado de resseguro é apresentar queda. Segundo ele, ainda não há parâmetro para avaliar o quanto as taxas vão diminuir. Para Oliveira, o mercado de seguros crescerá com êxito junto com a economia . “Todas as partes do mercado de seguro e de resseguros estão com entusiasmo para adaptação ao novo mercado”, finaliza.

Fonte: DCI OnLine

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