Mercado de SegurosNotícias

Marsh encurta distâncias para capacidade global de coberturas

Londres, Miami, Bermudas, Zurique, Cingapura. Os maiores mercados fornecedores de produtos e capacidade financeira para coberturas de seguro e resseguro agora estão mais perto das empresas e seguradoras brasileiras. A Marsh está abrindo em São Paulo nas próximas semanas um escritório da Bowring Marsh, divisão internacional da companhia criada em 1 de julho do ano passado para buscar garantia necessária para os riscos negociados por seus corretores no mundo todo.
Na esteira da abertura do mercado local de resseguro para a concorrência privada, em abril de 2008, a iniciativa da maior corretora de seguros e consultoria de risco global prevê tratar o País como um hub (pólo) do setor na América Latina.
Andrew Chester, responsável pela Bowring Marsh de Londres, o maior mercado internacional de seguros e resseguros, acrescenta que a prioridade da companhia são coberturas de riscos de property and casualties (P&C, termo em inglês para riscos patrimoniais, acidentes e responsabilidade civil) e ameaças de terrorismo. “Brasil e China são os dois primeiros da lista para atrair mais negócios. E São Paulo agora faz parte do nossa rede de negócios no mundo inteiro.” A Bowring Marsh pretende estrear neste ano também no mercado japonês.
Em entrevista exclusiva concedida à Gazeta Mercantil no quartel general da Marsh, localizado às margens do rio Tâmisa, Chester explica que o trabalho da Bowring Marsh é voltado exclusivamente à área de corretagem da multinacional e aos interesses de seus clientes. “Nossa estratégia é aconselhar nossos clientes corporativos a melhor distribuir seus riscos, obtendo um maior poder de fogo com a nossa expertise em alcançar capacidade em vários mercados no mundo todo. Por exemplo: buscamos oferecer capacidade de resseguro com um número maior de carregadores de risco, deixando a empresa menos dependente de um número baixo de resseguradores”, explica.
A estratégia também envolve o desembaraçamento da emissão de apólices de seguradoras locais com um “gap” no exterior. “Companhias brasileiras compradoras de seguros mostram um grande apetite por entender melhor o mercado internacional de resseguro e as possibilidades de soluções de coberturas. E para ajudar esses compradores de seguros, nosso trabalho também passa por ajudar seguradoras com gap de atuação internacional a emitir apólices que cubram riscos externos”, avalia Chester. A Bowring Marsh está preparada inclusive para desenhar seguros envolvendo ameaças de terrorismo, risco pouco lembrado por empresas do País. “Há cada vez mais multinacionais brasileiras expostas a riscos internacionais. Além de capacidade, nossa proposta é oferecer inteligência para garantir coberturas mais complexas, como exposição ao terrorismo.”
Um dos especialistas da Marsh em gerenciamento de risco durante o período posterior aos ataques de 11 de setembro de 2001 e presente no País quando o mercado ressegurador “quase abriu” em 1994 e 1995, o argentino Eduardo Hussey foi o escolhido para cuidar do escritório da Bo-wring Marsh em São Paulo. Ele identifica demanda alta por seguro no atual cenário. “A compra de seguros para a maioria dos nossos grandes clientes é uma decisão de administração de riscos cada vez mais presente. Globalmente, é uma das maiores preocupações dos CEOs das principais empresas internacionais”, diz Hussey.
Segundo o executivo, resseguradores estão interessados em operar na América Latina a partir do Brasil. “O Lloyds quer ampliar operações aqui como fez em Cingapura, que virou hub na Ásia e já tem 30 sindicatos, sendo 15 do Lloyds. No Brasil, a expectativa é que uma situação similar aconteça. A (resseguradora francesa) Scor já subscreve riscos no Chile a partir do Brasil”, exemplifica.
Sobre preços, o inglês Andrew Chester complementa que há estabilidade momentânea por causa da recessão mundial. “Certas coberturas para catástrofes naturais e riscos financeiros estão mais caras. De qualquer maneira, aconselhamos nossos clientes a se preparar para mudanças de condições do mercado e engajar suas área de gerenciamento de risco nas discussões sobre o setor. Nesse caso, eles estão muito empolgados.”

Fonte: Gazeta Mercantil

Falar agora
Olá 👋
Como podemos ajudá-la(o)?