Saúde

Lucro dos planos de saúde quintuplica em 2024

As operadoras médico-hospitalares do Brasil tiveram um lucro líquido de R$ 10,192 bilhões em 2024, um salto de 429% em relação ao ano anterior, quando o resultado foi de R$ 1,926 bilhão. O balanço foi divulgado pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) nesta terça-feira (18).

Este é o melhor resultado dos planos de saúde desde 2020, quando teve início a pandemia de coronavírus. Naquele ano, o lucro foi de R$ 17,6 bilhões. Entre os fatores que contribuíram para a melhora estão a queda na sinistralidade (quanto de fato é gasto com ocorrências médicas) e o reequilíbrio das contas pós-pandemia.

O número de beneficiários de planos médico-hospitalares também cresceu, de 50 milhões para 50,2 milhões, o maior da série histórica iniciada em 2018.

O índice de sinistralidade caiu 1,5 ponto percentual no quarto trimestre de 2024, para 82,2%, o que indica que em torno de 82,2% das receitas advindas das mensalidades dos planos foram utilizadas com as despesas assistenciais. Esta é a menor sinistralidade registrada neste período desde 2018. No acumulado do ano passado, a sinistralidade ficou em 83,8%, o menor desde 2020 (77,7%).

Já o saldo de atividades diretas dos planos (diferença entre as receitas e despesas) ficou positivo em R$ 4 bilhões, patamar próximo ao dos anos pré-pandemia de Covid-19.

Outra fonte de renda do setor é a remuneração das aplicações financeiras, que totalizaram R$ 120 bilhões ao final de 2024, período marcado por juros altos.

“A ANS segue monitorando de perto os indicadores econômico-financeiros para garantir que essa trajetória de recuperação se traduza em maior previsibilidade e solidez para o setor, sem comprometer o equilíbrio entre receitas e despesas assistenciais e o atendimento dos beneficiários”, diz Jorge Aquino, diretor de Normas e Habilitação das Operadoras da ANS.

O resultado positivo para o setor também é fruto de reorganizações financeiras das operadoras, com fusões e aquisições e cortes de custos.

Entre as medidas, estão o maior combate às fraudes e cancelamentos unilaterais de planos coletivos, conhecido como higienização de carteira, que exclui usuários custosos.

O percentual de reembolsos pagos pelos planos caiu para 4,61% em 2024, somando R$ 10,3 bilhões, de 5,65% (R$ 11,9 bilhões) de todos os pagamentos no ano anterior. Este é o menor percentual desde 2021.

Os números da ANS trazem dados individuais por companhia e, segundo os dados publicados nesta terça, a Hapvida teve um resultado líquido de R$ 785,49 milhões no ano passado.

A Hapvida explicou que os dados contábeis da ANS são elaborados em conformidade com os princípios contábeis adotados pela agência, com normas que não correspondem, em todos os aspectos, àquelas constantes da legislação societária e da regulação expedida pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários).

Na Bolsa, as ações da Hapvida chegaram a disparar quase 8% na máxima nos primeiros negócios, a R$ 2,47. Por volta de 11h15, eram negociadas com valorização de 2,18%, a R $2,34, ainda entre os destaques positivos do Ibovespa, que mostrava variação positiva de 0,04%.

Fonte: Folha de São Paulo

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