Mercado de SegurosNotícias

IRB eleva market share para 40%

RESSEGUROS – Lucro líquido aumentou 18,5%, para R$ 465 milhões, ante os R$ 393 milhões de 2010. Prêmio líquido emitido praticamente dobrou, de R$ 1,47 bilhão para R$ 2,64 bilhões
Após longo período de queda em participação de mercado, o IRB-Brasil de Resseguros conquistou market share de 40% em 2011, alta de 12 pontos percentuais sobre o ano anterior. O presidente da estatal, Leonardo Paixão, disse que o ano passado foi bom para a companhia, principalmente considerando o cenário externo de desastres ambientais e crise econômica. O lucro líquido no período alcançou R$ 465 milhões, expansão de 18,5% em relação ao resultado de 2010, de R$ 393 milhões. O prêmio líquido emitido é outro destaque, tendo praticamente dobrado, de R$ 1,47 bilhão para R$ 2,64 bilhões.
“Fizemos este aumento nos prêmios emitidos mantendo nossos padrões. Em 2011, mais plantamos do que colhemos, e isso vai trazer resultados em 2012”, estimou Paixão. A empresa conquistou o maior contrato do ano no setor de resseguros, para a usina nuclear de Angra 3, que gerou US$ 79,142 milhões em prêmios emitidos. “Isto foi logo no ínicio de 2011, sinalizando que seria um ano interessante para nós”, conta o executivo.
EXTERIOR.Para Paixão, os números revertem a expectativa de que o instituto não seria capaz de competir em um mercado livre. A estatal, que tinha 100% do mercado, em 2007, ano do fim do monopólio, espera manter os 40% em 2012 e expandir sua atuação no exterior.
O foco é o restante da América Latina e a África – onde os destaques serão Moçambique e Angola, países de língua portuguesa.
“Estamos fazendo análise de riscos em outros países para ver se vale a pena abrir operações por lá”, antecipa Paixão.
O executivo aponta que, por ter ainda muitos ativos no Brasil, o IRB-Brasil Re tem mais estabilidade que resseguradoras internacionais para realizar operações no exterior. “Ano passado foi um ano muito ruim para as resseguradoras em geral, por conta do terremoto no Japão, enchente na Tailândia e tornados. Perdemos pouco nisso”, exemplificou.
O ano de tragédias refletiu no índice de sinistralidade do IRB-Brasil Re, que se ampliou de 57% para 63%. Segundo Paixão, os responsáveis pela ampliação foram os segmentos de resseguros sobre incêndios e o de atuação no exterior.
O executivo afirma, porém, que este índice se encontra em patamar bem abaixo aos de outras empresas do setor.
Paixão espera ainda que o rating A- dado pela agência de avaliação de risco para seguradoras A.M. Best ajude o instituto a abrir mais negócios fora do Brasil. A nota, conquistada pelo IRB-Brasil Re no dia 15 de dezembro do ano passado, está dois acima do considerado grau de investimento. “Estávamos fora de vários mercados que exigem rating mínimo que, por muito tempo, não procuramos obter por conta do monopólio no mercado brasileiro.” De acordo com Paixão, a crise internacional pode abrir possibilidades para a empresa, mas o foco se manterá nos mercados em rápido desenvolvimento, por apresentarem oportunidade de expansão sem tomar participação de empresas já estabelecidas. Na Argentina, onde foi aberto recentemente um escritório, o IRB-Brasil Re terá uma rodada de renovação de contratos para resseguros no mês de julho. “A abertura da filial em Buenos Aires foi um primeiro passo e esperamos boas coisas agora em julho.” No Brasil, a empresa vislumbra fortalecer posição com novos produtos. Embora já atue em quase todos os segmentos, o IRB-Brasil Re estuda produtos para fundos de pensão, ressegurando-os para o caso de participantes ultrapassarem o tempo de vida estimado.
Outra possibilidade é a venda de resseguro para o setor agrícola ou para o setor esportivo.
“Entraríamos no momento oportuno destes grandes eventos, como Copa do Mundo e Olimpíadas”, diz Paixão.
REESTRUTURAÇÃO. A empresa passa também por um processo de resstruturação acionária, que deverá resultar em um novo preço para seus papéis. Paixão afirma que o processo, conduzido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Sustentável (BNDES), que contratou a agência Pricewaterhouse- Coopers (PwC), deverá chegar ao fim no próximo mês.
“Já passou da metade, e a estimativa é de conclusão até o fim deste mês, mas sempre existe a possibilidade de atrasos.” Entre os objetivos da operação está a venda de ações da União, que detêm 50% dos papéis, para empregados da companhia.

Fonte: Jornal do Commercio

Falar agora
Olá 👋
Como podemos ajudá-la(o)?