Grandes bancos se unem em defesa de Fernando Haddad
Os grandes bancos estão unidos na defesa do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na condução das medidas de reforço do arcabouço fiscal — que reúne as regras de equilíbrio para as contas públicas. Na avaliação dos comandantes dos maiores bancos do Brasil, não interessa um Haddad enfraquecido, porque ele é o melhor nome dentro do PT para o cargo e consegue, a duras penas, tirar o “possível” dentro do governo para ajustar as contas públicas.
Os banqueiros ressaltaram a fala humilde do ministro da Fazenda no almoço da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) na semana passada. Na ocasião, ele reconheceu que, se o pacote não for suficiente, novos cortes serão feitos para atingir as metas fiscais.
No mercado, a avaliação é que as medidas anunciadas não vão gerar a economia de R$ 71 bilhões nos próximos dois anos, mas na casa de R$ 40 bilhões a R$ 50 bilhões.
Está faltando um corte a mais de R$ 20 bilhões, diz, por exemplo, Luiz Fernando Figueiredo, ex-diretor do Banco Central (BC) e dono de uma empresa de investimentos no mercado.
A avaliação de analistas de contas públicas é que o governo poderá fazer esse complemento por meio de um bloqueio e contingenciamento de despesas. O dólar terminou a semana passada acima de R$ 6, e a equipe econômica espera um mercado menos estressado, mas com um dólar ainda alto, nos próximos dias, talvez abaixo de R$ 6.
A análise é que o dólar só deve recuar mais quando as medidas fiscais começarem a ser aprovadas no Congresso.