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Gestão de Riscos na pauta dos conselhos de administração

De extrema importância para as organizações e diretamente envolvido no planejamento estratégico, o tema gestão de riscos passou a ter reconhecida sua relevância especialmente após a crise de 2008, originada nos Estados Unidos com o estouro da bolha imobiliária. O pessimismo reverberou pelos demais países globalizados, afetando suas economias e ofertas de crédito.
Nos últimos anos, a gestão de riscos vem ganhando destaque no cenário nacional, devido à eclosão de escândalos de corrupção e até mesmo fatores naturais, como as incertezas geradas pela possibilidade da escassez de água em alguns Estados brasileiros e, consequentemente, de energia. Devido a esses fatores, o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) dedicou seu 3º Encontro de Conselheiros totalmente ao tema, que foi analisado sob a ótica do conselho de administração.
 
Por ser o principal órgão de Governança Corporativa dentro das organizações e também por ter a visão estratégica dos negócios, o conselho de administração deve analisar quais são os riscos externos aos quais a empresa está sujeita, como os relacionados à tecnologia, marca, regulação e tributação, entre outros. E, também, os riscos internos no âmbito de ameaças estratégicas da organização. Uma vez mapeados, estes riscos devem ser acompanhados preferencialmente com a ajuda do comitê executivo.
 
Outro ponto a ser observado é o risco embutido no planejamento estratégico das organizações, este a delinear os negócios da organização em horizonte de 2, 4 e até 10 anos. Uma das principais ferramentas usadas nesse processo é a análise da Matriz SWOT. Com ela, é possível mensurar as forças (strenghts), fraquezas (weaknesses), oportunidades (opportunities) e ameaças (threats) da organização e, assim, melhor pavimentar os caminhos a serem trilhados.
 
Por mais que o planejamento estratégico seja pensado de forma a abranger todos os riscos, é importante que o conselho tenha a capacidade para agir com velocidade em situações inusitadas. O assunto riscos, fazendo parte da agenda do conselho, tende a resultar em uma reação mais célere e eficaz.
 
Especial atenção também tem sido dada aos riscos cibernéticos, considerados relativamente novos para as organizações brasileiras. A importância de se ter manter as informações eletrônicas das companhias em sigilo também é uma forma de preservar as ações estratégicas e evitar que dados relevantes sejam divulgados de forma incorreta para o mercado e stakeholders. Por ser estratégico, o assunto também deve constar na pauta das reuniões do conselho.
 
Nesse cenário, entende-se que colegiado deve ter o poder de avaliar variada gama de assuntos, a fim de sempre preservar o valor da organização. Por isso, é essencial que as reuniões do conselho de administração baseiem suas decisões com a informações precisas e que suas decisões sejam passadas para a gestão de forma equânime e clara, além de contarem com relatórios explicativos que permitam uma tomada de decisão ágil e eficiente.
 
*Robert Juenemann é Conselheiro de Administração do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC)

Fonte: Segs.com.br

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