Mercado de SegurosNotícias

Fim do monopólio facilita negociações

O Brasil anunciou ontem na Organização Mundial de Comércio (OMC) que a recente quebra do monopólio de resseguros no país abriu margem para fazer ofertas, na negociação de serviços da Rodada Doha. Mas a delegação brasileira deixou claro que eventual concessão em resseguros depende da contrapartida em outras áreas da rodada, por exemplo na abertura agrícola para os produtores brasileiros.
Segundo analistas, a abertura do mercado de resseguros seria o único passo significativo de mudança na situação atual do capital estrangeiro no país. Já é grande a presença externa nas outras áreas mais importantes, como serviços financeiros e telecomunicações. Nesses setores, a demanda é basicamente para o Brasil consolidar, ou seja, se comprometer formalmente na OMC com a abertura que já existe. Isso porque, se houver retrocesso, o país teria de indenizar as empresas afetadas.
Já o setor de resseguros vem sendo há tempos objeto de cobiça externa. Apesar de ter uma economia grande, o Brasil fica em 24ª posição no ranking mundial do mercado segurador, com potencial para expansão. Munich Re, Swiss Re e outros grandes grupos sinalizam interesse.
A Superintendência de Seguros Privados (Susep) tem indicado que concluirá até julho a regulamentação da nova lei que quebra o monopólio. A partir daí, o Instituto Brasileiro de Resseguros (IRB) terá seis meses para se adaptar à concorrência. Significa que a lei pode de fato facultar a participação externa a partir de 2008.
Representantes da Susep, do Ministério da Fazenda, da Comissão de Valores Mobiliários e do Banco Central fazem parte da delegação brasileira que participa atualmente da primeira grande reunião de serviços desde a suspensão da rodada, em julho do ano passado.
Ontem, em encontro bilateral, os Estados Unidos mostraram-se particularmente interessados em detalhes da regulamentação do correio de entregas rápidas.
Por outro lado, alguns países industrializados parecem querer retomar uma proposta de fixação de ´´benchmarks´´ para, dessa forma, levar os países emergentes a a ampliarem o acesso de fornecedoras estrangeiros de serviços a aos seus mercados, em diferentes áreas. Essa idéia de ´´benchmark´´ já tinha sido abandonada pela União Européia na conferencia ministerial de Hong Kong, diante da resistência dos emergentes.

Fonte: Valor

Falar agora
Olá 👋
Como podemos ajudá-la(o)?