Executivos pedem mais corte de juros e crédito do BNDES
Para Tito Martins, presidente da Votorantim Metais Holding (VMH), a queda dos juros deve vir associada ao rígido controle dos gastos públicos, uma forma de evitar a alta da inflação. “Com a inflação mais baixa e os juros em baixa, o consumo interno tende a crescer naturalmente”, disse o empresário.
Na opinião de Stefan Ketter, presidente da Fiat, a redução dos juros deve ser prioritária, mas ele acrescentou que a estabilidade da taxa de câmbio também deve ser perseguida pelo governo. Fábio Venturelli, CEO do Grupo São Martinho, afirmou que o aumento no ritmo de corte da Selic ajudaria toda a cadeia produtiva do setor de agronegócio. Paula Bellizia, presidente da Microsoft, concorda que a redução dos juros estimulará o consumo, mas que deve ser feita com parcimônia “para evitar demanda sem oferta, o que traria o retorno da inflação”.
Tão importante quanto a redução da taxa Selic, disseram os empresários, é a diminuição dos spreads bancários. “Neste momento, precisamos de um spread menor. A economia já está em recuperação e com inflação controlada. Então, é preciso diminuir esse ´gap´ da taxa de juros para acelerar o crescimento”, opinou o presidente da Fibria, Marcelo Castelli.
Os empresários defenderam também o “destravamento” das linhas de crédito oferecidas pelo BNDES e a realização de licitações de obras de infraestrutura como formas de aumentar a produtividade e a taxa de expansão da economia. “Sem dúvida, a melhor forma de destravar a economia em curto prazo são as licitações e os projetos de infraestrutura, porque geram renda, estimulam o consumo e, consequentemente, impulsionam a economia”, disse José Galló, presidente da Renner.
“A médio prazo, também precisamos dar atenção à evolução dos impostos e, então, chegar a uma estabilidade, para que consigamos direcionar os investimentos”, disse o francês Didier Dambrosse, presidente da Heineken.
Fonte: Valor