Economia

Erros e fracassos deixam lições para o empreendedor

Ter um negócio envolve uma porção de riscos para um empreendedor, e um dos principais é a chance de a ideia fracassar e a empresa enfrentar momentos difíceis — ou até fechar as portas.

Embora os erros e fracassos sejam vistos de forma negativa, eles podem ensinar lições valiosas, permitindo uma reestruturação que analise o que deu errado e precisa ser repensado para almejar o sucesso nos negócios.

Várias empresas, grandes e pequenas, passam por fases assim. Uma delas foi a marca de cosméticos Granado, que tem uma história centenária, mas enfrentou uma crise significativa no final do século passado.

A diretora de marketing e vendas da empresa, Sissi Freeman, que participou de boa parte da estratégia de reposicionamento da marca, acredita que a chave para a recuperação e sucesso da Granado foi alinhar inovação e tecnologias à manutenção da tradição histórica da companhia.

Em entrevista ao segundo episódio da nova temporada do podcast Educação Financeira, que aborda lições de histórias de empreendedores de sucesso, Sissi falou sobre como o empreendedor pode superar momentos desafiadores e se reestruturar da melhor maneira, com base em sua experiência na empresa.

A Granado foi fundada como uma botica em 1870 por José Antônio Coxito Granado, que desenvolvia produtos com base natural, utilizando ervas e outras plantas que cultivava em seu sítio.

A empresa fez muito sucesso no Brasil Imperial e permaneceu popular por muitos anos. Mas a marca enfrentou problemas que quase a levaram a fechar as portas na segunda metade do século XX.

Sissi comenta que esses problemas estavam relacionados tanto ao cenário macroeconômico, com o período de hiperinflação e crise que o Brasil atravessava, quanto a problemas na gestão da companhia.

Os processos eram burocráticos e desatualizados, não havia novos investimentos em tecnologias e os produtos, apesar de manterem a qualidade, ficaram desatualizados e eram associados a itens “para vovó e vovô”.

Nessa época, o herdeiro da companhia contratou uma consultoria para tentar vender a marca a um investidor internacional, atendendo ao desejo do fundador de expandir os negócios.

O inglês Christopher Freeman, pai de Sissi, entrou em cena. Após estudar a companhia, percebeu que, com investimentos adequados, ela tinha a chance de se reerguer, principalmente pelo apego emocional que muitos brasileiros tinham com a marca. De consultor, ele se tornou comprador e dono da Granado.

A partir daí, iniciou uma primeira etapa de reestruturação, investindo na modernização dos processos da empresa e em novas tecnologias para acelerar e atualizar a produção. Nos anos 2000, Sissi entrou para o negócio para ajudar com o posicionamento da marca, buscando rejuvenescer seu público e alcançar mais pessoas.

Entre as novidades implementadas na reestruturação pensada por pai e filha, a Granado passou a ter lojas físicas baseadas no conceito do Brasil Imperial, todas seguindo uma mesma estética, promovendo uma experiência global ao cliente.

Também apostou em alternativas mais simples, como a modernização de produtos sem mudar sua essência. Um exemplo foi a transformação da embalagem do produto mais tradicional da marca, o polvilho antisséptico, para recipientes com cores vibrantes e atraentes, que chamam a atenção de pessoas mais jovens e daqueles que ainda não conheciam a marca nas gôndolas de farmácias.

Sissi explica que o foco no cliente foi o guia para a transformação da Granado. A empresa pensou em iniciativas para aproximar a marca do consumidor, desde experiências em lojas e eventos para o público até parcerias com pousadas e hotéis para disponibilizar alguns produtos nos quartos para uso dos clientes.

Fonte: G1

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