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Empresa planeja inovações em coberturas agregadas e limites catastróficos revisados

A Guy Carpenter, corretora de resseguros, teve um ano de 2024 muito positivo, de acordo com seu CEO, Pedro Farme. Ele destaca que a empresa avançou significativamente, tanto com novos clientes quanto com a expansão de parcerias existentes. “Entendemos a operação de contratos como uma parceria e um posicionamento consultivo que viabiliza a realização do plano de negócios dos mercados”, afirmou.

Como resultado, a empresa conseguiu expandir em pelo menos 10 novas linhas ou carteiras de startups de seguradoras no Brasil, além de ampliar sua atuação em outras já representadas.

No total, a Guy Carpenter ultrapassou R$ 4 bilhões em prêmios de resseguros transacionados, e mais de meio bilhão de reais foram recuperados em sinistros decorrentes de eventos no Rio Grande do Sul.

Entre as inovações, o CEO destacou o lançamento do Modelo Probabilístico de Alagamento em agosto, que se tornou amplamente utilizado no segundo semestre de 2024. “É o primeiro desse tipo e ainda único no Brasil, equiparando nosso mercado com outras regiões mais acostumadas a esse tipo de evento no acesso a estatísticas e simulações”, explicou.

Farme enfatiza que o modelo trouxe impactos significativos no aumento das proteções adquiridas e oferecidas pelas seguradoras, resultando em benefícios para os segurados e para a sociedade, com uma maior oferta de produtos e preços competitivos.

Além disso, o modelo incorpora simulações relacionadas ao aquecimento global e mudanças climáticas, permitindo que os clientes entendam os impactos potenciais em seus portfólios. O setor de resseguros como um todo também demonstrou resiliência em 2024, segundo Farme, especialmente na resposta às chuvas no Rio Grande do Sul.

Ele destacou a capacidade do mercado de adaptar coberturas e cláusulas para atender às necessidades decorrentes desses eventos. Contudo, desafios persistem, como a crescente preocupação com perdas de processos judicializados e a necessidade de informações mais detalhadas para melhor quantificação e precificação de riscos.

Apesar disso, ele observa grandes oportunidades no setor. “Reduzir o gap de proteção é uma oportunidade que traz benefícios mútuos: maior resiliência econômica, redução de impactos sociais e individuais e mais negócios para o setor”, pontuou.

Farme também vê grandes perspectivas com a agenda de industrialização e infraestrutura do governo, que considera essenciais para o crescimento do setor. Olhando para 2025, ele espera inovações em coberturas agregadas e limites catastróficos revisados.

Além disso, a Guy Carpenter planeja avançar no lançamento de modelos únicos no Brasil, incluindo um modelo probabilístico de queimadas, algo que já foi feito em outros países e que responde a um problema recorrente no Brasil. “Entender e quantificar o risco é a melhor forma de estruturar programas de resseguro”, afirmou. Para alcançar as metas de participação no PIB do mercado de resseguros até 2030, Farme defende a expansão de seguros diretos, investimentos em infraestrutura e flexibilização de produtos, especialmente no segmento corporativo.

Ele também menciona a importância de limites maiores para coberturas, como a de terceiros no seguro de automóvel, e a adaptação a novas economias e indústrias. “Precisamos de marcos que permitam maior flexibilidade nos produtos para acompanhar as mudanças do mercado”, concluiu.  

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