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Apenas 10% dos diretores executivos são mulheres

Na administração pública, 39,7% são mulheres. O que não acontece no topo. Os cargos comissionados, os chamados DAS (direção e assessoramento superior) têm uma exclusão sexual clara. No DAS 1, que paga R$ 2.467,90, as mulheres representam 44,9%. Quando se vai para a outra ponta, o DAS 6, com salários de R$ 15.479,92, a participação da mulher cai para menos da metade: 21,7%:

— A desigualdade é um pouco menor no setor público, inclusive porque, em grande parte, o ingresso se dá por concurso. No entanto, a distribuição dos cargos DAS por sexo deixa evidente que o acesso das mulheres a níveis superiores é mais restrito. O setor público, que de certa forma tem gerência para romper com determinadas desigualdades, geralmente não faz ou até reforça estereótipos. O setor público deveria ser exemplo e muitas vezes não é — afirma Cristiane Soares, economista do IBGE.

Nas grandes empresas, a realidade não é diferente. A professora da UFF Hildete Pereira de Melo costuma dizer que quando uma mulher assume a presidência de uma grande empresa vira notícia de jornal de tão raro que é. Levantamento feito pela Consultoria Internacional Oliver Wyman em grandes companhias do setor financeiro em 32 países constatou que somente 10% dos cargos na diretoria executiva no Brasil são preenchidos por mulheres. A média é de 16%, e o país mais bem posicionado no ranking é a Noruega, com 33% de mulheres no comando das empresas. No último lugar aparece o Japão, com 2%.

— Trabalho com o setor financeiro. Quando faço reuniões no nível executivo, sou a única mulher. Além disso, a participação feminina é maior em Recursos Humanos e Jurídico e menor em funções de risco e tecnologia, mas houve uma melhora no último ano nessa questão — afirma a diretora da Oliver Wyman, Laura Maconi.

Para ela, há poucas ações de flexibilidade dentro das empresas, e as políticas de maternidade não estão associadas às de paternidade:

— É importante garantir que as mulheres sejam representadas abaixo do nível executivo, para que haja oferta de mulheres para ascender. Outro ponto importante é que os processos de avaliação e promoção sejam bem objetivos. Se for subjetivo, com um homem na liderança, vai reconhecer alguém mais parecido com ele, no caso, um homem.

As políticas públicas em nível nacional e uma cultura mais inclusiva explicam as posições de liderança de Noruega e Suécia. É nessa realidade que as procuradoras de Goiás esperam viver um dia:

— Sonhamos que o Brasil passe a figurar, juntamente com Islândia, Noruega, Suécia e Finlândia, entre os países em que as mulheres têm melhores chances de igualdade de tratamento no trabalho — afirma Fabiana Bastos.

 

Fonte: O Globo

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