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Anfavea diz que não quer subsídios

Dois dias após a Ford decretar o fim da produção no Brasil, a Anfavea, entidade que representa as montadoras no País, cobrou medidas que melhorem a competitividade do setor e rebateu, embora sem citar nome, o presidente Jair Bolsonaro, que atribuiu o anúncio da multinacional americana à retirada de subsídios. “Em nenhum momento falamos de subsídio. Todas as nossas propostas visam à redução do custo-país. Não queremos subsídios, queremos competitividadeafirmou, durante entrevista a um grupo pequeno de jornalistas, o presidente da entidade, Luiz Carlos Moraes.

Após considerar que o debate sobre o fechamento da manufatura da Ford tem sido politizado, o executivo defendeu os incentivos fiscais que permitiram atualizar tecnologias dos carros produzidos no Brasil e, referindo-se a medidas estruturais necessárias no País – em especial a reforma tributária – pediu que timing político seja determinado pelas prioridades econômicas, e não pelo calendário eleitoral. Segundo Moraes, os desligamentos da Ford, incluindo a operação de caminhões encerrada em 2019, e da fábrica de carros de luxo da Mercedes-Benz, reduzem de 5 milhões para algo por volta de 4,5 milhões a 4,7 milhões de veículos a capacidade técnica anual da indústria automotiva.

A forma de evitar que mais montadoras deixem o País, continuou, é estimulando a economia e a competitividade, de modo a permitir a retomada do mercado e a inserção brasileira no mercado internacional, hoje restrita, sobretudo, a negócios com vizinhos da América do Sul. “Uma chance de resolver é estimulando a economia, reduzindo o custo. Outra alternativa é fechar fabricas”, disse o principal porta-voz da indústria de veículos. Considerada urgente, a reforma tributária, com simplificação do sistema e resolução de créditos tributários represados, está entre as prioridades elencadas na agenda de competitividade reivindicada pelas montadoras.

Moraes citou ainda a restituição de impostos residuais nas exportações, corte de taxas da marinha mercante, e uma série de outras medidas que vão desde pequenas ações, que dependem apenas de portarias, a grandes propostas que passam pela aprovação de maioria qualificada no Congresso. Segundo o presidente da Anfavea, as sugestões vêm sendo encaminhadas ao governo nas reuniões quinzenais entre representantes do setor privado com a Secretaria Especial de Produtividade, do ministério da Economia.

Fonte: NULL

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