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Para barrar cooperativas

O seguro popular de
automóveis vai levar cobertura para um mercado onde não existe a proteção.
Operando nesse segmento, as cooperativas de seguro que nasceram em Minas e
espalharam para o país já desenharam o produto para o consumidor com veículos
com mais de cinco anos. Força-tarefa entre Ministério Público, Polícia Federal
e Superintendência de Seguros Privados (Susep) apontou que no ano passado mais
de 600 empresas sem autorização do órgão regulador funcionavam no país,
vendendo a proteção automotiva para cerca de 500 mil veículos, com faturamento
próximo a R$ 2 bilhões ao ano. “O seguro popular certamente vai atingir o
mercado onde hoje atuam as cooperativas de seguros”, admite Luiz Pomarole,
vice-presidente da Federação Nacional de Seguros Gerais (Fenseg). “Essas
entidades não recolhem o imposto, não utilizam corretores credenciados”, diz o
executivo.
A princípio a
proposta de um seguro popular anima o atendente de telemarketing Samuel Alves
Ferreira. Dono de um carro popular que vai completar seis anos de uso, ele diz
que no passado optou por contratar o seguro com uma associação automotiva mas
não renovou o serviço. “Desisti pelo preço e porque estava um pouco inseguro
com o produto.” Segundo ele, o orçamento que fez apontava para o valor de R$
1,2 mil para seu veículo. “Comprar um carro é fácil, difícil é mantê-lo. Se o
seguro fosse 30% mais barato, eu contrataria. Acho importante nos dias de hoje,
existe muita insegurança nas ruas.”
Para o professor de
direito do consumidor da PUC Minas Bruno Burgarelli o seguro popular pode ser
um produto atrativo para o consumidor, mas ele ressalta que o contrato precisa
ser claro, de fácil entendimento, inclusive sem letras miúdas. “O consumidor
deve saber exatamente o que está comprando, qual proteção vai ter. O tipo de
peça usado no seu carro também deve ser informado a ele”, avalia. O motorista
Jorge Luiz do Nascimento sempre teve carros usados e por isso nunca fez
seguros, ele mesmo arca com as despesas de seu carro. “Faria um seguro só se o
custo fosse no máximo de R$ 1,2 mil. Acredito que um seguro para o meu carro
hoje custaria perto de R$ 2,5 mil. Um valor muito alto”, calcula.
 

Fonte: Proteste- Associação de Consumidores

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