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Prazo Maior na Casa Própria

Para aquecer mercado imobiliário, Caixa amplia de 30 para 35 anos o financiamento de imóveis e reduz novamente taxas para mutuários. Medida vale a partir de segunda-feiraVânia Cristino e Paula Takahashi
Brasília – No momento em que a economia dá todos os sinais de crescimento medíocre, o governo resolve colocar o pé no acelerador. Já virou rotina os dois grandes bancos públicos do país -Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil – anunciarem a cada semana redução das taxas de juros. Desta vez a Caixa inovou. Além de nova redução na taxa de juros dos financiamentos habitacionais concedidos com recursos próprios e com dinheiro da caderneta de poupança, a instituição anunciou ampliação em cinco anos dos prazos de financiamento.
O novo prazo, de 30 para 35 anos, assim como as novas taxas reduzidas, vale para os contratos que forem firmados a partir de segunda-feira. Os empréstimos para a casa própria concedidos com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) ficam de fora do prazo estendido. Para que a Caixa, assim como qualquer outro banco, possa ampliar o prazo de financiamento com recursos do fundo, é preciso autorização do Conselho Curador. O vice-presidente de Governo e Habitação da Caixa, José Urbano Duarte, disse que a instituição já encaminhou o pedido.
Segundo Urbano a ampliação do prazo, conjugada com a queda da taxa de juros, vai fazer com que novos mutuários consigam comprar uma habitação melhor e, portanto, mais cara, ou o imóvel pretendido, pagando menos por mês. O vice-presidente da Caixa não enxerga nenhum perigo na ampliação do prazo. Ele disse que desde 2008 a inadimplência na área imobiliária está em torno de 1,7% das operações. “A inadimplência é baixa porque utilizamos na Caixa o Sistema de Amortização Crescente (SAC) e a cada período a prestação é mais baixa”, argumentou.
De acordo com a Caixa as taxas de juros dos novos financiamentos cairão de 10% para 9,9% para todos os clientes que optarem por comprar um imóvel fora das condições do Sistema Financeiro da Habitação (SFH), o que significa que o valor do imóvel é superior a R$ 500 mil. Essa taxa pode ser ainda reduzida para 8,9%, no caso do cliente manter relacionamento com o banco, como, por exemplo, receber pela instituição. No caso dos imóveis financiados pelo SFH, a nova taxa para todos os clientes é de 8,85% (a taxa anterior era de 9% ao ano mais TR – taxa referencial de juros). Essa taxa também pode chegar a 7,8% ao ano mais TR em função do grau de relacionamento de o cliente com o banco.
As novas taxas de juros da Caixa estão no mesmo nível das anunciadas pelo Banco do Brasil e que começaram a valer anteontem. No empréstimo para a casa própria no BB os juros dos financiamentos dentro do SFH foram reduzidos para 8,9% ao ano mais TR para todos os clientes, podendo chegar a 7,9% ao ano mais TR pela pontualidade no pagamento mais relacionamento com o banco. Para os imóveis de valor mais alto, ou seja, fora do SFH, a taxa de juros no BB é de 9% ao ano mais TR.
Condições Dentro das novas condições – que não são para todo mundo, pois o prazo do financiamento habitacional a ser concedido varia também em função do seguro habitacional, que fica mais caro com a idade avançada do mutuário – o vice-presidente da Caixa deu um exemplo. Um adquirente com renda familiar de R$ 10 mil conseguia pegar, nas condições anteriores, R$ 267 mil de crédito habitacional. Com as novas taxas e prazo de 420 meses, esse mesmo adquirente poderá pegar R$ 280 mil de crédito. Se o adquirente for ainda cliente preferencial da instituição, ou seja, mantêm conta salário na Caixa, o valor disponível para o financiamento habitacional pode chegar a R$ 303 mil.
Ao mesmo tempo que o prazo se estende, o valor da prestação cai em função não apenas do tempo maior para pagamento mas também da queda da taxa de juros. No exemplo de um financiamento de R$ 267 mil, a prestação cai de R$ 3 mil para R$ 2.604, uma redução de 13%.
Antes de ser tentado pelas novas condições, é bom o futuro mutuário prestar atenção. Um financiamento com recursos do FGTS, mesmo com prazo de 30 anos, pode ser muito mais atrativo para imóveis de até R$ 170 mil , desde que a renda do adquirente não ultrapasse R$ 5,4 mil. As regras são do FGTS. Isso porque a taxa de juros média dos financiamentos do Fundo de Garantia giram em torno de 6% ao ano, portanto muito abaixo das anunciadas. E um financiamento por tempo mais longo, mesmo com a queda das taxas, pode significar um pagamento final maior porque o mutuário estará pagando por mais tempo as prestações.

Fonte: Estado de Minas

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