Líderes do mercado falam sobre decisão do governo de criar agência de seguros
No lugar de uma seguradora estatal, combatida com vigor pelo mercado, o governo promete criar uma agência de seguros. Sua missão será gerir fundos que darão maior capacidade ao setor para assumir riscos ligados à construção do trem-bala e das obras da Copa e Olimpíadas, entre outros grandes projetos. Embora não se saiba se a agência será instituída por Projeto de Lei ou Medida Provisória, a proposta do Ministério da Fazenda, que assinou um acordo com o setor privado na semana passada, ganhou elogios de alguns dos principais líderes do mercado de seguros. De acordo com Jorge Hilário Gouvêa Vieira, presidente da CNSeg (Confederação Nacional de Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização), as arestas foram contornadas e fizemos o governo perceber que existem instrumentos eficazes para evitar a criação da seguradora estatal. Ele lembra que, pela proposta aprovada, a nova agência vai ter um raio de ação delimitado ao seguro adicional de garantia de crédito para os projetos de infra-estrutura e exportações, alem dos ramos ligados aos setores de habitação e educação. A agência deve administrar fundos de seguros ligados a atividades sociais, reforça Jorge Hilário. Com opinião semelhante, Jayme Garfinkel, presidente da Fenseg (Federação Nacional de Seguros Gerais), diz que está satisfeito com o resultado da negociação entre o governo e as entidades do mercado de seguros. Fiquei muito aliviado. Não havia necessidade de se criar uma empresa pública de seguros e, com certeza, isso se deve ao movimento de reação do mercado, aponta Jayme. Para Robert Bittar, presidente da Fenacor (Federação Nacional dos Corretores), trata-se de uma reavaliação altamente positiva porque veio como resultado do diálogo entre o governo e mercado. Na avaliação dele, é uma solução que atende ao governo para sustentação dos seus projetos em suplementação ao mercado de seguros. Já o superintendente da Susep, Paulo dos Santos, entende que a agência é um avanço, embora ainda falte acertar detalhes para sua versão final. Minha preocupação é como a Susep vai se preparar para fiscalizar a agência porque esse é um novo desafio que temos pela frente. Mas com certeza em breve teremos um modelo para atuação do órgão regulador, concluiu.
Fonte: AIDA