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Sumitomo Mitsui sobe dezoito posições

O banco japonês Sumitomo Mitsui fez investimentos de longo prazo no Brasil e os resultados apareceram no “Ranking Valor de Captações Externas” de 2008: a instituição financeira passou de 22º colocado para 4º, ao liderar transações em um valor de US$ 3,304 bilhões, aumento de 400,6% na comparação com os US$ 660 milhões de 2007. O banco foi peça-chave no financiamento externo ao país e também foi o primeiro colocado em três importantes sub-rankings: “Empréstimos para o setor público”, “Empréstimos com a participação de ECAs”, as Export Credit Agencies, agências de crédito à exportação dos governos, e “Captações em euros e ienes”.
“Cheguei ao Brasil há cerca de três anos com a missão de fazer crescer o nosso banco no país e colocá-lo entre os principais no mercado de empréstimos externos sindicalizados”, diz o japonês Toshiro Kubota, presidente do Banco Sumitomo Mitsui Brasileiro. Foi uma tarefa difícil, diante da forte concorrência dos europeus e americanos nas épocas de vacas gordas do mercado. “Agora, parece que meus sonhos se tornaram realidade”, afirma ele, que se disse “honrado” por ter ganho o reconhecimento de seu trabalho dos rankings do Valor.
O executivo, que nasceu na cidade de Numazu, perto do famoso Monte Fuji, cresceu em Tóquio e ingressou no Sumitomo em 1979. Com experiência internacional, já trabalhou nos Estados Unidos, Cingapura, México e Filipinas, para depois vir ao Brasil em setembro de 2005. Desde então, dedicou todas as suas forças ao crescimento do banco no país, que hoje conta com mais de cem funcionários e um capital de cerca de R$ 400 milhões no mercado interno. O Sumitomo contabiliza também inúmeros empréstimos ao Brasil na matriz e em suas agências no exterior.
Entre os executivos sêniores contratados por Kubota está seu braço direito, Carlos Eduardo de Moraes Barros, o Cadu, responsável pela área de finanças estruturadas e corporativas do Banco Sumitomo Mitsui Brasileiro. Ele ingressou na instituição financeira há dois anos vindo do Société Générale. “Trouxemos do Japão alguns executivos com muita experiência em agências de crédito à exportação”, conta Kubota. Hoje, a instituição tem no Brasil cerca de dez funcionários japoneses importados.
Como parte da estratégia de crescimento no país, o banco japonês criou um time também só para cuidar de financiamento ao comércio exterior e outro focado em finanças estruturadas. Em dois anos, contratou mais de 20 pessoas no Brasil.
“Para montagem dos empréstimos sindicalizados, sempre atuamos em cooperação com Nova York”, explica Kubota. “Somos como um time de futebol: um quica a bola para o outro chutar”, explica.
Em Nova York, o time do Sumitomo Mitsui também foi reforçado em grande parte para atuar com empréstimos ao Brasil. Isaac Deutsch, ex-WestLB, tornou-se chefe da área de finanças estruturadas e corporativas. O banco contratou Eli Hassini, ex-Citi, e sua equipe especializada em agências de crédito à exportação de outros países que não o Japão. “Queremos nos especializar em ECAs do mundo todo e fornecer o maior número de alternativas aos clientes”, afirma Kubota.
A estratégia deu certo e o banco ficou como primeiro colocado nos empréstimos com participação de ECAs. Realizou, no final do ano passado, um empréstimo em ienes que na época era o equivalente a US$ 750 milhões (hoje vai a US$ 840 milhões) para a Petrobras na Holanda com a seguradora japonesa Nexi pelo prazo de vencimento em dez anos. Participaram os outros grandes bancos japoneses. “O mercado de ienes foi o único com liquidez no final do ano, dada a ausência de crédito em dólar”, afirma Barros. “Nós temos depósitos em ienes e isso nos permitiu realizar a transação”, diz Kubota. Dessa forma, mesmo com o custo do swap (troca) do indexador de iene para dólar, a transação foi atrativa, revela Barros, sem divulgar no entanto os juros pagos.
O banco acaba de fechar um empréstimo em ienes para a Usiminas, o primeiro com a participação do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) distribuído no Japão. Participaram não apenas bancos, mas também outros investidores institucionais. Os valores totais da transação chegaram ao equivalente em ienes a US$ 200 milhões pelo prazo de oito anos.
Além da liquidez em ienes ainda presente, os bancos japoneses têm ganhado participação no mercado de empréstimos sindicalizados ao Brasil, pois não tinham o mesmo nível de exposição às hipotecas americanas de alto risco que instituições americanas e européias. Como resultado, eles se mantiveram fortes durante a maior parte de 2008. No entanto, segundo Barros, com a queda da bolsa japonesa e manutenção do índice Nikkei em níveis historicamente baixos, os bancos japoneses tornaram-se mais conservadores neste ano, de forma a manter sua adequação de capital.
“As empresas brasileiras maiores se recusam a aceitar o pagamento de prêmios de risco muito elevados e por isso preferem a opção de realizar empréstimos-ponte, de mais curto prazo, mesmo para investimentos”, diz Kubota. Os prazos de vencimento vão de um a dois anos. “O mercado de capitais está instável e os custos, muito elevados”, diz.

Fonte: Valor

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