Oi abre plano de aposentadoria incentivada
A operadora de telefonia Oi, que está se fundindo com a Brasil Telecom e se comprometeu a manter o mesmo número de postos de trabalho pelo período três anos, anunciou ontem que vai eliminar 400 posições de gerência. A empresa abriu um plano de aposentadoria voluntária tanto para gerentes como para os demais empregados.
Segundo nota divulgada pela companhia, os funcionários que optarem pela aposentadoria receberão, além dos direitos trabalhistas e os benefícios previstos nos acordos sindicais, indenização de 0,4 salário para cada ano na operadora, no limite de doze salários. O recurso pode ser destinado ao plano de previdência privada ou revertido, parcialmente, em dinheiro. Os gerentes receberão indenização de 0,3 salário para cada ano, com piso de um salário e meio e máximo de seis salários.
A Federação Interestadual de Trabalhadores de Telecomunicações (Fittel), que manteve contato com a Oi, avaliou que os valores de estímulo à aposentadoria determinados pela empresa foram “muito baixos”, disse o secretário-geral da entidade trabalhista, João de Moura Netto. Entretanto, ele diz que a Fittel vai esperar a posição dos empregados da empresa para depois avaliar a situação.
“Sabíamos que no caso de uma fusão haveria posições sobrepostas nas duas estruturas. Mas estimular o afastamento pode significar que a empresa esteja se distanciando do compromisso de não reduzir a força de trabalho. Vamos acompanhar. Mas foi positiva a negociação da empresa, que terminou ontem (quarta-feira) com onze representantes dos sindicatos”, disse Moura Netto.
Desde setembro de 2007, a diretoria da Oi já tinha pronto o desenho da estrutura de comando da nova empresa, com um perfil de avaliação de todos os possíveis ocupantes, fossem eles da Oi ou da BrT, informou uma fonte do grupo.
No fim de dezembro, foi anunciado que dos nove profissionais da cúpula da BrT, sete continuariam na companhia resultante do negócio. A nova Oi tem hoje 14 diretorias que respondem diretamente ao presidente da operadora, Luiz Eduardo Falco. Outros 70 executivos reportam-se a esses diretores.
O desenho foi montado com apoio das consultorias Accenture, responsável pelo trabalho de estruturar um novo modelo organizacional, e Clave, que atuou na área de recursos humanos. Foram entrevistados 1, 3 mil empregados das duas empresas no nível gerencial, com uma avaliação sobre o reposicionamento de todos eles. Daí nasceu a conclusão de que seria necessário eliminar 400 posições.
Ao anunciar o pagamento da aquisição da BrT, o presidente da Oi disse que haveriam remanejamentos e demissões. Em contrapartida, ele afirmou que seriam criados 800 novos postos de trabalho na companhia no decorrer de 2008, sendo 300 em São Paulo, onde a empresa está iniciando sua atuação, e 500 nos demais Estados. O executivo informou também que as mudanças ocorreriam fundamentalmente nos cargos executivos e de gestão. Essas ocupações correspondiam, na época, a 6% da força de trabalho. Os demais 94% atuam em funções operacionais. “Quem sobe num poste em Brasília não é o mesmo que faz isso no Rio de Janeiro”, observou Falco na época.
Em dezembro, a Brasil Telecom tinha 20.416 empregados, sendo 14.590 no call center. A Oi, de acordo com dados de setembro, contava com 10.595 funcionários. A expectativa agora é também em torno dos empregados do call center da BrT, uma vez que na estrutura da Oi está a Contax, um dos maiores serviços de call center do país.
Fonte: Valor
