Mercado brasileiro cresce acima da média, diz Swiss Re
O mercado brasileiro de seguros cresceu três vezes mais que a média global em termos reais em 2007, é o 19º no mundo em volume de prêmios e tem amplo potencial de mais crescimento. É o que mostra a companhia suíça Swiss Re, uma das maiores resseguradoras do planeta, em estudo publicado ontem.
Enquanto o volume de prêmios (o equivalente à receita das seguradoras) cresceu 3,3% globalmente, no Brasil essa expansão foi de 10,3% (14,3% antes de descontada a inflação), com total de R$ 75,5 bilhões.
Os prêmios de seguro vida alcançaram R$ 35,6 bilhões no país, numa alta de 15,5% em termos reais. O mercado brasileiro é o 22º maior nessa modalidade de seguro, com fatia de 0,76% do mercado mundial.
Quanto aos prêmios de não-vida, o montante do mercado brasileiro foi de R$ 39,9 bilhões, com alta real de 6,1%. O país representa 1,23% do mercado global e está na 14ª posição do ranking global do setor.
Swiss Re prevê que este ano os prêmios de não-vida continuarão a aumentar, graças ao dinamismo do mercado brasileiro de seguros. Mas, de maneira geral, a expansão pode ser menor, por causa da desaceleração econômica global que atinge também a América Latina.
A densidade e a penetração dos seguros no Brasil é ainda bem modesta; os prêmios por habitante alcançaram US$ 202, dos quais US$ 95,2 para seguro vida e US$ 107 para o segmento de não-vida. Em comparação, nas economias industrializadas o montante de prêmios por habitante chegou a US$ 3.577.
Globalmente, a indústria de seguros teve forte crescimento e alta rentabilidade, embolsando prêmios de US$ 4 trilhões no ano passado. O impulso maior veio das economias emergentes. Na China, o negócio cresceu 19%, na Rússia 16,6%.
Os prêmios de seguros de vida continuaram em alta em 2007, acelerando nos países industrializados, empurrado pelas vendas de produtos de aposentadoria e de gestão de patrimônio. Já o crescimento de não-vida mostrou-se maior nas economias emergentes. A rentabilidade dos capitais próprios foi de 9,4% nesse ramo, comparado a 12% em 2006.
Para 2008, O crescimento dos prêmios do ramo vida pode diminuir, já que as turbulências financeiras reduzem a demanda. Mas em médio prazo, as perspectivas são consideradas especialmente boas para seguro-aposentadoria.
Em termos de catástrofes e grandes sinistros, 2007 foi um ano médio, com US$ 4 28 bilhões de riscos segurados. Na Europa, somente um dos sinistros, provocado pela temperatura, resultou em prejuízo de US$ 6 bilhões.
A Swiss Re prevê persistentes pressões sobre as taxas de prêmio. Mas reitera que a indústria está em boa forma, e que a crise financeira provocada pelos subprime nos EUA teve impacto no setor. França e Alemanha são os dois únicos países onde o capital-risco das seguradoras diminuiu desde 2005.
A expectativa é de que o modelo de seguro na Europa ocidental evoluirá do modelo econômico de seguro vida tradicional para um modelo pilotado pelas aposentadorias.
Fonte: Valor