Seguradoras criam planos com custos mais baixos
Os novos planos de previdência privada lançados nos últimos meses pelas seguradoras seguem, normalmente, dois parâmetros. O primeiro é oferecer carteiras dos tipos PGBL e VGBL nas modalidades mais agressivas, com parte do patrimônio em ações. O segundo critério é ter taxas menores do que as das aplicações já existentes. Nesta semana, duas instituições, a Caixa Econômica Federal e a MetLife, lançam planos seguindo essas duas tendências. No caso da MetLife, o lançamento acontece em parceria com o Citibank.
A Caixa acaba de criar uma família de produtos, a Personal, que oferece custos menores a aplicadores que invistam uma quantia acima de R$ 100 mil em planos compostos, aqueles que contam com ações. Quem investir essa quantia em um VGBL ou PGBL da Caixa, que tenha 15%, 30% ou 49% em ações, bancará uma taxa de administração de 1,5% ao ano e estará isento de taxa de carregamento (que incide a cada novo aporte no plano).
Na renda fixa, o aplicador ganhou a possibilidade de pagar taxa de administração de 0,7% ao ano caso invista uma quantia a partir de R$ 500 mil. Neste caso, haverá cobrança de taxa de carregamento no resgate, de 1%, se o dinheiro for sacado antes de um ano. O custo cai para 0,5%, se o dinheiro for resgatado antes de dois anos. Depois desse período, haverá isenção nos resgates.
As novidades fazem parte de uma estratégia da Caixa para tornar seus planos mais competitivos também para os participantes de renda mais alta, diz Juvêncio Braga, diretor da Caixa Vida e Previdência. A entidade pretende estimular a migração dos participantes que já se enquadram nas exigências dessas novas categorias, mas que estão pagando taxas maiores em planos da própria Caixa ou de concorrentes.
Inicialmente, os aplicadores foram os que se mostraram mais preocupados com as taxas de administração e carregamento diante do processo de redução do juro básico – interrompido nos últimos meses, mas ainda com tendência decrescente ao longo dos anos. Agora, é a vez das seguradoras. Uma redução de 0,5 ponto percentual na taxa de administração de um fundo, por exemplo, num horizonte de dez anos, pode significar uma diferença de centenas de milhões de reais no saldo final do cliente, dependendo do prazo, da aplicação e do ganho médio do plano.
“A Caixa tem um perfil atrair investidores de mais longo prazo e queremos mostrar para eles que parte desses recursos pode ter retornos maiores se aplicados em previdência”, comenta Braga. Segundo ele, foram criados mais planos com renda variável porque os participantes buscam cada vez mais investimentos com esse perfil mais agressivo. “Quem tem um plano de previdência tem perfil de investidor e, como tal, quer liberdade para direcionar seu investimento da melhor forma”, completa Braga.
Já a MetLife lança, para clientes do Citibank, sua primeira família de fundos para menores, o Citiprevidência Kids. Atualmente, esses planos significam 4% de todo o mercado de previdência. Os novos planos da MetLife terão taxa de administração de 1,70% a 2,75% ao ano, de acordo com a parcela de ações na carteira. Serão oferecidos planos nos modelos 100% renda fixa, 25% em ações ou 45% em bolsa.
Mas o diferencial de custo em relação aos outros planos que a MetLife já distribuía no Citibank é a taxa de carregamento, que vai de 2% a 0% sobre os aportes. A isenção é dada a quem aplicar acima de R$ 5 mil por mês e estará disponível nas versões PGBL e VGBL. “As taxas têm de ser menores para privilegiar o investidor de longo prazo”, diz Elizabeth Gomes, superintendente de vendas de investimentos do Citibank.
O Citiprevidência Kids terá também um caráter social, além de educacional, diz Robert Craddock, diretor-executivo da MetLife para o canal banco. As crianças terão acesso a material de educação financeira produzido pela MetLife e parte das taxas será transferido a entidades sociais de educação a menores carentes.
Fonte: Valor