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A mutante Nokia vai focar sua atuação em internet

Mudar está no DNA da Nokia, a companhia finlandesa que surgiu no século XIX produzindo papel às margens do rio Nokianvirta, tornou-se o maior fabricante de celulares do mundo e, agora, coloca em prática a estratégia de se tornar uma empresa de internet.
A transição começou a ser delineada nos últimos meses de 2007, mas ganhou contornos mais nítidos neste mês, quando a empresa apresentou uma série de lançamentos e projetos durante o Mobile World Congress, em Barcelona.
A manobra coloca a Nokia em rota de competição com empresas como Apple e Google – queridinhas da chamada web 2.0, na qual o usuário interage com o conteúdo – e até mesmo com as operadoras de celular que compram seus aparelhos.
Um exemplo? A empresa anunciou, na segunda metade do ano passado, a criação de uma loja virtual de músicas que irá concorrer com o iTunes, da Apple. O serviço já está no ar no Reino Unido e será estendido até junho a outros países europeus. Paralelamente, também apoiou a América Móvil – dona da Claro – no lançamento de sua própria loja de músicas, com o acervo do site brasileiro iMúsica.
A Nokia também está investindo em softwares de localização. Em outubro, empenhou nada menos do que US$ 8,1 bilhões na compra da Navteq, uma empresa especializada na tecnologia. Em Barcelona, apresentou celulares equipados com uma nova versão de seu programa de mapas – inclusive um modelo que oferece localização para pedestres. Em outra frente, está trabalhando num portal, para ser acessado do celular ou do computador, que funcione como um organizador de mídias pessoais, como fotos, músicas e vídeos.
O curioso é que essa guinada acontece num momento em que a Nokia surfa tranqüila na liderança do mercado mundial de telefones móveis e assiste à sua maior concorrente histórica, a Motorola, debater-se numa crise profunda. Mas Mary McDowell, o nome forte por trás da nova transformação da Nokia, afirma que a hora não poderia ser mais oportuna. “Tivemos um 2007 forte. E o melhor momento para pensar sobre alguma coisa nova é quando você está forte”, afirma a vice-presidente de desenvolvimento da empresa, numa entrevista ao Valor.
A Nokia terminou 2007 com participação de 40% no mercado de aparelhos de celular, seguida pela Samsung, que ficou com 14% e deixou para trás a Motorola. A empresa com sede em Espoo, na Finlândia, viu seu lucro líquido crescer 67% no ano passado, para ? 7,2 bilhões de euros. A receita avançou 24% e ficou em ? 51,1 bilhões de euros. E aí é que está o X da questão. Mesmo sendo a maior do mundo em aparelhos móveis, a Nokia viu seu faturamento com esses produtos aumentar mísero 1%. Enquanto isso, a receita com a área de serviços corporativos dobrou e as vendas de serviços multimídia – onde se encontram os negócios de internet – avançaram 34%.
Isso não significa que a empresa esteja deixando de lado a produção de aparelhos – ao menos, não por enquanto. “Vamos manter e lutar para aumentar nossa participação no mercado”, diz Mary.

Fonte: Valor

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