Previdência privada x renda variável: como agir em tempos de crise?
Os bons resultados da bolsa de valores em 2007 mudaram o perfil do investidor de previdência privada, que deixou o conservadorismo de lado e passou a investir em planos mais agressivos que podem alocar até 49% da carteira em renda variável.
Conforme Marco Antônio Rossi, um dos vice-presidentes da Fenaprevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida), “2007 foi um ano extremamente favorável para a renda variável”. O crescimento ficou em torno de 40% para a categoria, que fechou ano passado representando algo em torno de 7% do geral.
Estes produtos têm um histórico de rentabilidade superior aos de renda fixa, mas quanto maior for a alocação em renda variável, maior poderá ser a oscilação, positiva ou negativamente.
Mas como agir em tempos de instabilidade?
Objetivos devem ser analisados
Em janeiro, depois de acumular ganhos no último mês de 2007, o Ibovespa fechou com queda de 6,88%, num mês marcado por instabilidades. De acordo com o diretor da Assistants, consultoria atuarial, e ex-presidente da Abrapp (Associação Brasileira dos Fundos de Pensão Fechados), Paulo Mente, como o investimento em previdência privada é, historicamente, um investimento de longo prazo, o investidor não deve se preocupar com as perdas no mercado de ações.
“No entanto, apesar de ser um investimento de longo prazo, muitos investidores têm objetivos de curto ou médio prazo. Nestes casos, é necessário ficar atento ao mercado e avaliar a hora de realizar lucros”, aconselhou.
Perspectivas para 2008
De acordo com o especialista, 2008 será diferente dos últimos quatro anos para a previdência privada. “A volatilidade da bolsa deve prosseguir e, com o investidor com mais medo de aplicar, a captação do setor deve diminuir”, opinou. “No entanto, é melhor esperar os resultados de janeiro para sentir o comportamento do mercado e do investidor”, adicionou.
Na última segunda-feira (18), o presidente da Fenaprevi, Antônio Cássio dos Santos, afirmou que existe uma discussão para aumentar o limite de alocação em renda variável dos fundos de previdência privada, que atualmente permite até 49%.
“Existe uma discussão para modificar esse limite. Não sabemos ainda para quanto, mas o fato é que existe uma demanda para isso e precisamos desenvolver os produtos”, explicou o presidente da organização. Não foi dado um prazo para implantação, mas a expectativa é que seja ainda neste ano.
Segundo Paulo Mente, essa mudança vai aumentar ainda mais o risco para o investidor. No entanto, sobe também a possibilidade de ganhos.
Para o especialista, em tempos de crise, as dicas são:
Não ter receio de aguardar a estabilização dos fatos;
Não agir precipitadamente.
Fonte: InfoMoney