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Seminário pede decisões rápidas na busca do desenvolvimento sustentável

A urgência na tomada de decisões em busca de um desenvolvimento social e ambientalmente responsável e os desafios nada triviais que esta busca encerra marcaram o seminário “Ecoeficiência e os Desafios da Globalização”, promovido pelo Valor, ontem, no Rio. O filósofo e educador colombiano Bernardo Toro, assessor estratégico da presidência da Fundação Avina, voltada para a busca do desenvolvimento sustentável, disse que algo precisa ser feito em prazo menor que dez anos para mudar a mentalidade na busca de uma sociedade baseada na ética, nos direitos humanos e no respeito ao meio ambiente.
Para Toro, no ritmo atual a humanidade vai levar pelo menos 20 anos para tomar medidas que são urgentes, mas ele se mostra otimista e entende que após o filme “Uma Verdade Inconveniente”, do ex-vice-presidente americano Al Gore, a tomada de decisões tende a se acelerar. “Precisamos acelerar a implantação do mercado de carbono”, disse ao Valor logo após sua palestra, acrescentando que esta e outras iniciativas precisam se efetivar em “cinco a seis anos”.
Toro reforçou, em entrevista, a declaração feita por Fernando Almeida, presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), segundo a qual ou a humanidade acelera uma ruptura planejada do modelo atual ou essa ruptura será feita, em pouco tempo, sob pressão de catástrofes naturais. “Não acredito que melhoria contínua dará resultado”, disse.
Para ele, “o lucro tem que ser revisto, queiramos ou não”. A mudança seria para reverter parte do que hoje é lucro para os acionistas para a sociedade como um todo. Almeida disse que não é visível a redução da miséria e lamentou a falta de lideranças capazes de conduzir o processo de ruptura com o modelo produtivo atual. “Não vejo o (Mahatma) Gandhi da sustentabilidade”, disse.
Chamada por Ricardo Young, presidente do Instituto Ethos, de “a nova utopia”, a sustentabilidade depende, na opinião de Toro, menos de grandes líderes e mais de um esforço coordenado das elites, entendidas como as lideranças das diversas camadas sociais. “Se você logra juntar as elites, é possível que nas grandes cidades aprendamos mais rápido os caminhos da sustentabilidade”, disse o filósofo.
A organização da sociedade civil é, na visão de Toro, a chave para se alcançar uma humanidade que seja centrada na satisfação dos direitos fundamentais, “políticos, econômicos, sociais, culturais, ambientais e difusos”. Ao “modelo napoleônico” de “tudo pelo Estado” que, segundo ele, imperou nos últimos 200 anos, deve-se contrapor o Estado Social de Direito, que “existe para tornar possível a felicidade da gente”.

Fonte: Valor

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