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Kits para encarar experiências culinárias

Sal rosa do Himalaia, gergelim verde, adobe cubano ou um trivial tempero para feijão. Do exotismo à simplicidade, de tudo um pouco é possível encontrar nas prateleiras da Bombay, a primeira butique de temperos do país, que tem se tornado ponto de passagem habitual para os turistas que visitam São Paulo. Instalada no térreo de um antigo sobrado, daqueles que sobreviveram à especulação imobiliária nos Jardins, a loja foi inaugurada há três anos, quase como uma brincadeira do empresário Nelusko Linguanotto Neto. Nos primeiros meses, era visitada por quatro a cinco pessoas ao dia; hoje, entre 30 e 40 clientes freqüentam o pequeno espaço onde estão acomodados mais de 250 tipos de ervas e especiarias e por volta de 60 variedades de pimentas.
Aos poucos e, em função da procura, a Bombay vai diversificando a oferta de produtos. Todos os temperos estão disponíveis em cartelas plásticas com fecho zip, vidros ou embalagens pets. Há também pimentas frescas, escolhidas e lavadas e vaporizadores de ambiente a base de cravo e canela, cardamomo ou erva cidreira.
O aroma das ervas e o prazer de experimentá-las sem preconceitos estão associados às reminiscências mais profundas do empresário. “Cresci nisso, quando nasci meu pai já tinha a Linguanotto”, conta ele, referindo-se à empresa que hoje leva o nome de Masterfoods. Seu pai, Nelusko Linguanotto Junior, descendente de italianos, entrou no mundo das especiarias nos anos 1950 oferecendo produtos em saquinhos plásticos, grampeados com uma cartela. Mais tarde, foi o primeiro a introduzir os vidrinhos no comércio.
O tempo e a globalização só acrescentaram benefícios à atividade dos Linguanotto. Ao contrário da temida uniformização do sabor, o mercado global conectado via Internet trouxe o acesso a produtos distantes, informações, e a descoberta de especiarias regionais típicas. “Há muito que a busca de especiarias move o mundo, o Brasil foi descoberto por causa disso”, diz Nelusko, que viaja sempre em busca novos produtos e combinações. “Gosto das misturas que traduzem o sabor de algum lugar do mundo”.
Nelusco é capaz de ficar uma hora no Mercado Modelo, em Salvador, para observar de que maneira um baiano prepara seu tempero. Acompanha as quantidades, as combinações e, depois de anotar todo o procedimento, faz a sua versão de “tempero baiano”, fruto de uma leitura muito pessoal. “Sou eu mesmo que preparo todas as misturas da Bombay, mas faço questão de deixar claro que elas traduzem a minha versão. Na Índia, por exemplo, cada família tem o seu masala. Com o mesmo espírito preparo o “meu” masala, as herbes de provence, o tandori, o cajun spice ou o chili powder. Para isso não há estudo, há experiência adquirida”.
Embora atenda ao publico em geral, o empresário não mira aqueles clientes que buscam pimenta do reino, canela e orégano, as especiarias mais comuns no Brasil. Sua atenção está voltada para gente que procura experiências diferentes na culinária. Para esses curiosos, acaba de lançar kits simplificados com seis temperos relativos a uma determinada cultura – Brasil, México e Ásia -, acompanhados por um folheto explicativo. Com o objetivo de atender grandes chefes, também está plantando algumas ervas brasileiras do Norte, Nordeste e Centro Oeste, pouco conhecidas.

Fonte: Valor

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