Raio X do mercado de chocolates no Brasil
A Páscoa é a época em que a indústria do chocolate entra em evidência, com a realização de grandes investimentos pelas empresas. A briga entre as marcas pelo terceiro maior mercado consumidor de doce no mundo fica mais evidente com lançamento de produtos e ações de Marketing variadas. Hoje, os brasileiros comem 2,8 kg per capita por ano do doce, o que os coloca atrás apenas dos Estados Unidos e da Alemanha em produção. O potencial de crescimento, entretanto, ainda é grande, já que na Europa essa quantidade chega a 7,5 kg por habitante.
Metade dos brasileiros consome chocolate pelo menos uma vez a cada três meses, um quarto o faz toda semana, mas um quarto deles nunca come o produto, segundo a pesquisa de mercado realizada pelo Ibope a pedido da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab). Para oito em cada 10, o prazer é a principal sensação relacionada ao doce.
A força desse atributo do produto fica evidente com o grau de lealdade a ele: 35% dos entrevistados disseram não trocar o chocolate por nada por não haver substituto à altura. É um percentual muito alto considerando a gama de itens que temos no mercado, como sorvete, biscoito, bolo e cereal, analisa Ubiracy Fonseca, Vice-Presidente de Chocolates da Abicab, em entrevista ao Mundo do Marketing.
A pesquisa também mostra que o principal local de compra são os supermercados, pontos de venda escolhidos por 76% dos brasileiros, enquanto apenas 10% vão a bombonieres, mercearias e lojas especializadas em doces. Nesses canais de venda, as caixas de bombons são os mais buscados pelos consumidores em função do custo reduzido por peso e pelo sortimento num único produto. Elas aparecem na frente do chocolate em barra, de acordo com a pesquisa.
Chama atenção o desconhecimento da população em relação às marcas estrangeiras. Oito em cada 10 pessoas nunca comeram um produto importado. Ele traz um diferencial, mas é muito pouco conhecido. Nesse vácuo, entra o chocolate premium, que apresenta diferencial de embalagem e de ingrediente. Esse segmento tem crescido bastante. Há três anos ele representava apenas 1% do mercado e hoje chega a 6%, o que corresponde a 30 mil toneladas fabricadas em 2013, afirma Ubiracy Fonseca.
A abertura das primeiras lojas da bandeira Lindt no Brasil pode ajudar a mudar esse panorama. Presente em 100 países, a marca se associou ao Grupo CRM, detentora da Kopenhagen e da Chocolates Brasil Cacau, para entrar no mercado nacional com pontos de venda próprios. Apenas aqui a Lindt optou por estabelecer uma joint venture. Está prevista a inauguração de três a quatro lojas ainda este ano em São Paulo, com expansão posterior para outras capitais, como Rio de Janeiro, Curitiba, Porto Alegre, Brasília e Belo Horizonte.
Fonte: http://www.mundodomarketing.com.br