O que mudou no gerenciamento de risco seis anos após acidente da TAM
Há seis anos, mais precisamente em 17 de julho de 2007, o Brasil chorava a tragédia do voo 3054 da TAM, no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo. O acidente, que deixou 199 mortos, registrou falha no sistema de frenagem, um importante recurso de segurança das aeronaves. Em entrevista ao Jornal Globo News, o especialista Gustavo Mello analisou as mudanças ocorridas no gerenciamento de risco seis anos depois.
Segundo Mello, alguns avanços puderam ser percebidos logo após o acidente, como a proibição de voos utilizando reverso sistema de freio localizado nas turbinas visto que, na época, o Airbus da TAM voou travado porque estava com defeito.
O descongelamento do seguro aeronáutico obrigatório Responsabilidades do Explorador ou Transportador Aéreo (R.E.T.A.) também foi apontado por Mello. Até 2007, o seguro tinha o valor da indenização fixo de R$ 14 mil reais. O Ministério Público de São Paulo entrou com uma ação contra a Agência Nacional de Aviação Civil e isso foi revertido. Hoje é corrigido com base no IPCA, girando em torno de R$ 50 mil reais. Vale lembrar que o reembolso é somente para as despesas emergenciais após um acidente, de modo que a indenização final tem um valor superior a esse, sustenta.
O especialista argumentou ainda sobre a mobilização que foi feita para capacitar os controladores do espaço aéreo no idioma inglês, bem como a privatização dos aeroportos, a fim de acelerar os investimentos em infraestrutura e segurança. A questão das ranhuras na pista, por exemplo, deixou de entrar em longos processos licitatórios de estatais públicas, quando passou para a iniciativa privada, pontua Mello.
Segundo Mello, as companhias continuam operando com aviões no limite máximo de peso, mesmo com a ampliação de frota de aeronaves. Numa pista curta é um risco muito alto.
Para ele, faltam ajustes de coordenação entre os órgãos. A Infraero precisa dialogar com a ANAC, que necessita entrar em contato com o comando do espaço aéreo da Aeronáutica. É fundamental ocorrer uma comunicação entre eles para que possam trabalhar em equipe, finaliza Mello.
Fonte: SeguroGarantia.Net