Virando o Jogo
VIRANDO O JOGO
Apesar do título não vamos falar de esportes, do mundial de Feminino de Futebol nem de viradas surpreendentes da Copa América. A virada de jogo se deu no panorama econômico europeu com a indicação, para muitos, surpreendente, de duas mulheres para ocupar os cargos mais importantes da União Europeia.
No momento de renovar sua cúpula, foram deixados de lado nomes masculinos prováveis de especialistas em política monetária para indicar CHRISTINE LAGARDE, especialista em Direito Empresarial, que apesar de não ter formação acadêmica em economia tem como trunfo sua experiência com a crise financeira de 2008. Suas comprovadas habilidades políticas, sua oratória e a facilidade em lidar com ministros e presidentes, certamente, pesaram a favor de sua indicação.
CHRISTINE LAGARDE indicada em 2 de julho para o cargo máximo do Banco Central Europeu, será a primeira mulher a presidi-lo quebrando uma hegemonia masculina resistente. A instituição que tem nos cargos de diretoria apenas 2 mulheres em contraste aos 23 diretores traz desafios ainda maiores para quem não vem do ambientes bancário. Entretanto, isso não é novidade para a advogada que tem no seu currículo os cargos de primeira ministra de Finanças da França e primeira mulher a chefiar o FMI na posição de diretora-gerente, de onde sai, temporariamente, deixando o vice-diretor gerente David Lipton, interinamente, no comando do fundo. Defensora de uma política de juros baixos como a de seu antecessor Mario Draghi, dela se espera que conduza uma política monetária europeia com grande delicadeza.
Por sua vez, URSULA VON DER LEYEN atual ministra de Defesa da Alemanha, e enfática defensora de uma cooperação mais estreita entre os países da UE, deverá presidir a Comissão Europeia. A economista foi nomeada pelo Conselho Europeu no mesmo dia 2 de julho último, quando confirmada pelo Parlamento, será a primeira mulher a ocupar a presidência da CE.
De família tradicional de políticos, casada com o médico, Dr. Heiko von der Leyen, é mãe de sete filhos e licenciada em economia pelas universidades de Gottingen e Munster, e pela London School of Economics. Doutora em medicina pela Faculdade de Hanover ocupou os cargos de Ministra Federal da Família, Idosos, Mulheres e Juventude, Ministra do Trabalho e da Solidariedade e Ministra da Defesa. Sua indicação para a presidência do FMI continua gerando polêmica e material para acaloradas discussões que não devem findar antes de sua confirmação no cargo.
Tempo quente na Europa, ainda o inconformismo quando as mulheres viram o jogo!