Versão modificada do pacote tem chance de passar no Senado
O pacote de ajuda ao mercado que não teve sucesso na Câmara de Representantes foi aprovado ontem à noite pelo Senado, por 74 votos a favor e 25 contra, depois de terem sido adicionadas várias cláusulas. O pacote também precisa de aprovação na Câmara dos Representantes para ser implementado. A votação lá pode acontecer amanhã. Na segunda-feira, a Câmara havia rejeitado uma outra versão do plano por 228 votos contra e 205 a favor.
A alteração mais importante no projeto de lei de resgate ao setor financeiro votado no Senado norte-americano, em comparação com o texto anterior é a maior garantia para depósitos de correntistas dos bancos dos EUA, que passa de US$ 100 mil para US$ 250 mil. O prazo vai da data da publicação da lei e o final de 2009
Em pronunciamento ontem, o presidente George W. Bush já havia anunciado que a Câmara de Representantes votará, amanhã essa uma versão “melhorada” do plano de resgate financeiro, ao mesmo tempo em que pediu aos legisladores que o aprovem rapidamente para “estabilizar” os voláteis mercados.
“O Senado vai debater esse plano, esta noite (ontem). Espero que o aprovem e, depois, a Câmara terá a oportunidade de votá-lo na manhã de sexta”, disse Bush, destacando que “esse plano é diferente. Foi melhorado, e tenho a confiança em que será aprovado”, destacou.
ÅUR tarde, o chefe da bancada democrata no Senado, Harry Reid, chamara a atenção para a necessidade de socorrer o setor, afirmando que “outra grande companhia de seguros está à beira da quebra nos Estados Unidos”.
“Na reunião parlamentar de hoje (ontem), alguém falou de uma grande companhia de seguros, uma empresa com um nome que todo o mundo conhece, que estaria a ponto de quebrar”, declarou Reid em um discurso na Câmara Alta.
Reid reforçou sua posição de que os legisladores não tinham outra opção a não ser votar rapidamente o plano de resgate financeiro apresentado pelo secretário do Tesouro, Henry Paulson.
“Não temos tempo para esperar dois ou três dias para termos algo a apresentar (à presidência) e aguardar trinta horas para que amadureça, antes de se tornar um texto para que então possamos introduzir algumas emendas”, disse o senador democrata.
Obama: vencer o medo
Defendendo a aprovação, a mobilização foi grande ontem em todos os setores. O presidente George W. Bush mais uma vez fez um apelo público, além dos pronunciamentos dos líderes democrata e republicano no Senado. Os senadores Barack Obama, democrata e John McCain, republicano, os candidatos à sucessão de Bush foram para Washington dar seu apoio.
“Devemos nos unir para vencer o medo. Não podemos falhar”, disse Obama, citando o ex-presidente democrata Franklin Roosevelt, ao qual se atribui a restauração da confiança após a crise financeira da década de 30 nos EUA.
O porta-voz da Casa Branca, Tony Fratto, disse que o projeto foi modificado “de modo a, acreditamos, melhorar significativamente as chances de, no final, passar pelas duas casas do Congresso e chegar à mesa do presidente.”
O projeto do Senado irá elevar o limite da Federal Deposit Insurance Corp. (FDIC) na maioria das contas bancárias, de US$ 100 mil para US$ 250 mil por um ano. Também incluirá a versão do Senado de uma extensão para uma série de créditos fiscais de energia renovável e outros negócios, assim como uma extensão de um fixo para a taxa alternativa mínima.
Fratto disse que o governo crê que o aumento no limite de seguro da FDIC é “uma melhoria importante.” A Casa Banca também apóia as provisões fiscais mas não acha que devam ser contrabalançadas (Gazeta Mercantil/Caderno A – Pág. 16)(Agências internacionais)
Fonte: Gazeta Mercantil