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Vendas do comércio crescem 0,4% em janeiro

As vendas do comércio varejista brasileiro registraram alta de 0,4% em janeiro, na comparação com o mês anterior, após recuo de 2,1% em dezembro, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (14) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Na comparação com janeiro do ano passado, as vendas cresceram 1,9%, sexta taxa positiva seguida.

Apesar da alta acima do esperado pelo mercado, o resultado não foi suficiente para compensar a queda de dezembro, e o setor continuou mostrando fraqueza e perda de fôlego neste início de ano.

Pesquisa da Reuters apontava uma estimativa de aumentos de 0,2% na comparação mensal e de 0,8% na anual, na mediana das projeções dos analistas.

Perda de ritmo

No acumulado em 12 meses, houve uma desaceleração no volume de vendas pelo 5º mês seguido. O avanço passou de 2,3% em dezembro para 2,2% em janeiro.

Com o resultado de janeiro, o comércio varejista se encontra 6,6% abaixo do ponto mais alto da série histórica, registrado em outubro de 2014. Deste modo, o setor voltou ao mesmo patamar que operava em abril do ano passado, pré-greve dos caminhoneiros, nível semelhante ao de julho de 2015.

O setor vinha em uma trajetória ascendente de recuperação desde dezembro de 2016. Depois de abril, uma série de eventos, começando pela greve dos caminhoneiros e incluindo alta do dólar, atingiram o varejo fortemente. Apesar disso, como janeiro teve resultado positivo, podemos dizer que ele ainda segue em recuperação lenta e gradual”, disse Isabella Nunes, gerente da Pesquisa Mensal do Comércio do IBGE.

A pesquisadora apontou que ao longo de 2018 foram sete taxas negativas e cinco positivas, na comparação mês X mês anterior, sendo que as positivas tiveram pouco acréscimo ao setor diante das perdas expressivas.

Segundo o IBGE, entre as atividades que taxas positivas em janeiro, os destaques foram equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (8,2%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (7,2%) e veículos, motos, partes e peças (5,7%).

A única queda foi no setor de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-0,5%).

“Essa atividade cresceu muito nos três meses anteriores, então essa queda é entendida mais como um acomodação. É uma atividade que tem beneficiada nos últimos meses por constantes reduções de preços, o que tem beneficiado as vendas”, avaliou a gerente do IBGE.

O indicador de vendas do comércio varejista ampliado, que inclui as atividades de veículos, motos, partes e peças e de material de construção, avançou 1% frente a dezembro de 2018, descontando parte do recuo de 1,7% do mês anterior.

Veja o desempenho de cada segmento em janeiro:

Combustíveis e lubrificantes: 0,5%

Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo: 0,6%

Tecidos, vestuário e calçados: 0,1%

Móveis e eletrodomésticos: 0,4%

Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria: -0,5%

Livros, jornais, revistas e papelaria: 0,2%

Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação: 8,2%

Outros artigos de uso pessoal e doméstico: 7,2%

Veículos, motos, partes e peças: 5,7%

Material de construção: 0,1%

Por regiões

A alta das vendas de dezembro para janeiro foi acompanhada por 17 das 27 unidades da Federação, com destaque para: Amapá (7,9%), Mato Grosso (5,6%) e Santa Catarina (3,8%). Por outro lado, 10 das 27 unidades da federação estão em queda, com destaque para: Tocantins (-5,7%), Pernambuco (-2,7%) e Paraná (-2,5%).

Recuperação lenta e perspectivas

A recuperação do setor, assim como a do restante da economia brasileira, entretanto, segue em ritmo lento, com um nível de consumo ainda bem abaixo do período pré-recessão.

Na véspera, pesquisa divulgada pelo IBGE mostrou que a indústria também mostrou fraqueza e continuou perdendo ritmo no começo do ano. A produção industrial caiu 0,8% em janeiro, na comparação com dezembro, pior resultado em 4 meses.

As perspectivas continuam sendo de ritmo morno para a economia em 2019, com lenta recuperação do mercado de trabalho.

Em 2018, o consumo das famílias aumentou 1,9%, com crescimento de 0,4% no quarto trimestre na comparação com o terceiro, de acordo com os dados do Produto Interno Bruto.

A mais recente pesquisa Focus realizada pelo Banco Central com uma centena de economistas aponta que a expectativa é de uma alta de crescimento de 2,28% do PIB em 2019, após alta de 1,1% em 2018 e 2017.

Fonte: NULL

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