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Venda anual de apólices patrimoniais cresce 10%

Este “boom” das pequenas empresas também tem despertado a atenção de Walter Pereira, diretor de produtos massificados da Tokyo Marine. Os motivos são dois. Primeiro, as leis do mercado obrigam o comerciante a fazer seguro de vida e acidentes pessoais para os empregados, além dos donos de imóveis exigirem do locatário um seguro patrimonial.
O segundo é claro: “Quem não fizer seguro patrimonial corre o risco de fechar as portas”, alerta Pereira. Por exemplo, uma empresa que tem cinco computadores roubados sofre um prejuízo de R$ 30 mil que pode deixá-la de portas fechadas por várias semanas. Um fato interessante nesse segmento é que, por ingenuidade ou amadorismo, há muitos micro empresários que fecham seguros como pessoa física para proteger a frota de veículos da empresa. Por conta desta percepção, Sanches decidiu desenhar produtos diferenciados para variados segmentos da indústria, de restaurante a locadora.
Mas para crescer nesse nicho, as seguradoras precisam enfrentar alguns desafios. O principal é o cultural. Tirar da cabeça do cliente que seguro é sinônimo de despesa é um trabalho que deve mobilizar desde o corretor ao departamento de marketing das seguradoras. “A gente percebe que as micro e pequenas lutam tanto para manter seu negócio que o seguro é a última coisa que pensam em fazer”, afirma Luís Fábio Miranda, gerente geral de ramos elementares da Alfa Seguradora e presidente da Comissão de Riscos Patrimoniais do Sindicato das Seguradoras do Estado de São Paulo.
Outra barreira a ser superada é acabar com o mito de que segurar um bem é muito caro. Se você quiser proteger um patrimônio de R$ 100 mil com um seguro contra incêndio, por exemplo, a taxa a ser calculada gira em torno de 0,15%. Isso significa que uma pequena indústria que não mexe com materiais inflamáveis pagará R$ 150,00 por ano. No caso de usar itens inflamáveis, a taxa sobe para 0,2%. “As empresas já partem do princípio que o seguro incêndio custará muito caro sem antes pesquisar”, diz Miranda.
A culpa, dizem os especialistas, é da comparação equivocada que o público costuma fazer com o seguro de automóvel. Em média, um seguro patrimonial custa 4,5 vezes mais barato que um veicular. “Para um veículo de R$ 20 mil, paga-se R$ 1,2 mil de seguro, enquanto que em um imóvel de R$ 200 mil gasta-se R$ 2 mil com seguro patrimonial”, compara Pereira.
Para Ricardo Curado, consultor do Sebrae-SP, a falha não é só dos empresários, mas também das corretoras e seguradoras, que não promovem direito seus produtos e, muitas vezes, confundem o cliente com dezenas de detalhes. Para não correr o risco de ver todo o investimento ir pelos ares por causa de um incêndio, o consultor recomenda que se faça sempre um seguro. “O pequeno empresário tem a mentalidade de que não gastar 2%, 3% sobre o valor do bem é uma economia. O problema é quando o risco se concretiza e ele vê os 100% se transformarem em pó”, alerta Curado. (c)
A dica para o seguro não pesar no bolso é começar pelo básico: o seguro contra incêndio e de responsabilidade civil, modalidade que cobre danos de acidentes de visitantes, por exemplo. Depois, pode-se ampliar a proteção aos poucos até segurar por completo a empresa contra roubos e furtos de equipamentos, danos elétricos (como curto circuito) e o seguro veicular da frota.

Fonte: Valor

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