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Veja quais atividades já retomaram o patamar pré-pandemia

Após o tombo registrado em 2020, a economia brasileira voltou a crescer em 2020 (ainda que os dados oficiais só venham a ser conhecidos no início de março).

A recuperação, no entanto, foi desigual e incompleta, com apenas parte dos setores retomando o patamar pré-pandemia – aquele de fevereiro de 2020, quando foram lançadas no país as primeiras medidas de restrição para conter o avanço da Covid-19.

Os indicadores conjunturais divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que o setor de serviços foi o destaque de recuperação em 2021, beneficiado pela reabertura econômica e avanço da vacinação.

O volume de serviços prestados no país avançou 10,9% em 2021 e fechou o ano 6,6% acima do nível pré-Covid.

Já a indústria e o comércio também registraram crescimento no ano passado, mas terminaram o ano com um nível de atividade abaixo do patamar de fevereiro de 2020, com apenas parte dos segmentos zerando ou superado as perdas. Vencedores e perdedores

No final de dezembro, a indústria ainda se encontrava 0,9% abaixo do nível pré-pandemia, enquanto que o varejo ficou 2,3% abaixo do nível de de fevereiro de 2020, evidenciado a perda de fôlego da economia, principalmente no 2º semestre.

Já o setor de turismo não conseguiu reverter as perdas de 2020 e fechou o ano 11,4% abaixo do comportamento de antes da Covid.

Entre as atividades que mais cresceram, destacam-se aquelas que se beneficiaram das mudanças de hábitos dos consumidores e da maior demanda por novos tipos de serviços em razão do isolamento social e do avanço do trabalho em regime híbrido, como os associados à serviços de tecnologia da informação, aplicativos e conteúdo digital, comércio eletrônico, logística e delivery.

Do lado dos “perdedores”, que ainda não conseguiram retomar o nível de receita de antes da pandemia, estão as atividades de caráter mais presencial, que dependem da maior circulação de pessoas, e segmentos da indústria afetados pela desarticulação das cadeias produtivas durante a pandemia e pela falta de insumos.

Mesmo tendo sido o último setor a reagir aos impactos provocados pela pandemia, as atividades de serviços apresentaram capacidade de recuperação maior do que a observada na indústria e no comércio em 2021.

O grande destaque de recuperação é o segmento de tecnologia da informação, transporte de cargas, armazenagem, logística de transporte e serviços financeiros auxiliares.

Já os segmentos mais prejudicados pela pandemia são os de serviços prestados às famílias, principalmente restaurantes e hotéis. Ou seja, o desempenho do setor de serviços em 2022 depende essencialmente da dinâmica da pandemia e da recuperação dos serviços voltados às famílias, de caráter mais presencial. “A disseminação da variante ômicron da Covid-19 deve implicar desaceleração no ritmo de crescimento dos serviços mais ligados à demanda das famílias no início de 2022, mas a contribuição para a atividade econômica geral deve permanecer positiva”, avaliou Rodolfo Margato, economista da XP.

Apesar do salto nas vendas de produtos farmacêuticos e de material de construção, o consumo das famílias foi limitado em 2021 pela disparada da inflação e pela queda da renda dos trabalhadores, o que levou o varejo a registrar queda em dezembro e no 4º trimestre.

Mesmo com um crescimento anual de 20,3%, o setor automotivo, por exemplo, não conseguiu eliminar as perdas de 2020 e encerrou o ano ainda 3,4% abaixo do patamar pré-pandemia.

A indústria seguiu afetada pela desordem das cadeias de suprimentos e o contexto de incerteza e altos custos de produção. “Houve desabastecimento das plantas industriais, caracterizada pela falta de insumos e peças para a geração do bem final”, explicou André Macedo, gerente da pesquisa mensal setorial do IBGE.

A demanda interna por sua vez tem se mostrado fraca em meio à piora das perspectivas para a economia. “Os maiores obstáculos apareceram nos bens de consumo, expressando o peso do elevado desemprego e da corrosão do poder de compra da população pela aceleração inflacionária para a retomada da indústria”, destacou o IEDI na sua carta mensal, acrescentando que a indústria em 2021 não cresceu o suficiente para compensar as perdas de 2020.

Fonte: NULL

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