Vale no calcanhar da Petrobras em liquidez
A primeira prévia da nova carteira do Índice Bovespa, que valerá entre janeiro e abril de 2008, divulgada ontem, corrobora esse cenário. Juntas, as preferenciais (PN, sem voto) série A e as ordinárias (ON, com voto) da Vale possuem participação de 14,91% no índice, coladas no calcanhar da Petrobras que, entre PNs e ONs, representa 15,71% do indicador. Para os analistas, pelo andar da carruagem, a mineradora tem tudo para desbancar a petrolífera no Ibovespa que valerá entre maio e agosto do próximo ano.
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Mineração caminha para ser o maior setor
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Nessa primeira prévia do próximo índice, as ordinárias da Vale passaram a ser o quinto maior papel do Ibovespa, pegando o lugar que até então era das PNs do Banco Itaú. Essa movimentação a favor da Vale vem ocorrendo durante todo este ano e é reflexo direto da preferência dos investidores por esses papéis, já que o cálculo do Ibovespa considera o nível de liquidez dos papéis no pregão.
Enquanto a mineradora aumenta o seu peso dentro do índice, a Petrobras vai perdendo importância e a distância entre as duas só diminui. Para se ter idéia, no Ibovespa atual, que está em vigor desde setembro e que vale até o fim deste mês, as duas ações da Petrobras começaram com participação de 16,15%, enquanto as da Vale representavam 13,14%. A procura pelos papéis de mineração tem sido tão grande que já deixou para trás outros setores importantes da bolsa brasileira. Na primeira carteira do Ibovespa deste ano, entre janeiro e abril, mineração era o quarto maior setor, atrás de petróleo, bancos e telefonia. No índice seguinte, que valeu de maio a agosto, mineração tinha passado as teles e era o terceiro maior setor. No Ibovespa atual, a Vale sozinha ultrapassou todos os bancos e já está na vice-liderança.
O crescimento econômico mundial, especialmente o da China, maior comprador do minério brasileiro, levou os investidores a darem muita atenção aos papéis da Vale. Já a Petrobras, apesar da arrancada do petróleo, foi punida pelo mercado por fatores como atraso no aumento da produção e no funcionamento de algumas plataformas. “A Vale tem uma correlação muito maior com o minério de ferro do que a Petrobras com o petróleo”, diz o chefe de análise da Corretora Prosper, André Segadilha. Mais recentemente, os papéis da Petrobras ganharam um gás adicional com a descoberta do megacampo de Tupi. Segadilha acredita que as ações da Vale devem continuar ganhando liquidez com as perspectivas de mais um bom aumento no preço do minério em 2008. “Tudo caminha para a Vale ser a grande ´blue chip´ da bolsa”, completa.
Fonte: Valor
