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USP traz de volta ao país nova geração de doutores

Preocupada com a substituição de 25 de seus 70 professores nos próximos anos, o departamento de economia da Universidade de São Paulo (USP) criou o programa “Jovens Doutores”. O objetivo é fisgar talentos brasileiros nas melhores universidades do mundo e convence-los a fazer o caminho de volta.
O Brasil ainda forma poucos doutores comparado a países como Estados Unidos, Coréia e China. Apesar do número de formandos ter crescido 10 vezes entre 1980 a 2006, passando de 1000 para 10 mil ao ano, o país ainda precisaria de muito mais doutores para chegar perto dos mais desenvolvidos. Já o número de mestres formados anualmente chega a 40 mil, segundo dados da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Também é pouco. A questão é que boa parte desse grupo arruma as malas após a formatura e sai em busca de boas oportunidades acadêmicas no exterior, onde as carreiras de professor e pesquisador são mais valorizadas e melhor remuneradas.
Com esse programa, inédito no país, mas comum nas melhores universidades estrangeiras, o departamento de economia da USP quer mostrar que existe espaço para os talentos brasileiros desenvolverem seus trabalhos aqui. Com a chegada desses jovens, oito até o momento, a universidade pretende oxigenar as pesquisas e aos poucos renovar seu quadro de docentes. O chefe do departamento de economia, professor Joaquim Guilhoto, explica que para atrair essa primeira turma formada em universidades renomadas como Chicago, Cambridge, UCLA, Princeton e Boston, precisou contar com o apoio financeiro da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
Cada doutor custa, mensalmente, cerca de R$ 10 mil para a fundação, o que contabilizou este ano um investimento superior a R$ 700 mil. Mas, a partir de janeiro terá início uma campanha para captar recursos também junto às empresas. Serão oferecidos vários tipos de patrocínio, que poderão variar entre R$ 10 mil até R$ 360 mil, quando a companhia decidir patrocinar um doutor durante os três anos de duração do programa.
Durante o “Jovens Doutores”, os participantes deverão dedicar-se à pesquisa e à orientação de alunos do mestrado e doutorado. Eventualmente, poderão também dar aulas. Guilhoto diz que quando um dos professores do departamento se aposenta, existe um longo hiato até que o concurso público seja aberto, sua vaga disponibilizada e a contratação efetivada. “Isso pode demorar um ano ou mais”, conta. Com o “Jovens Doutores” ele quer garantir que quando surge uma oportunidade esses jovens estão por perto. “É uma questão de ´timing´”, justifica.

Fonte: Valor

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