Um ano de crise mundial
O dia D da crise mundial vai fazer um ano e a sensação de que o pior já passou é global.
No próximo dia 15 de setembro fará um ano que a autoridade monetária dos Estados Unidos abandonou de vez a sua fidelidade à crença nas regras de mercado, depois da quebra do respeitado banco de negócios Lehman Brothers, que então era o quarto maior dos Estados Unidos. Sua falência provocou uma onda de impacto global, mergulhando a economia mundial numa uma crise financeira sem precedentes desde 1929. E no dia seguinte, 16 de setembro de 2008, diante do pânico dos mercados mundiais provocado pelo abandono do Lehman, as autoridades mudaram de ideia e “estatizaram” a seguradora AIG para evitar sua falência, com uma série de intervenções ao capital do estabelecimento financeiro.
A falência de um estabelecimento financeiro de 158 anos nos Estados Unidos foi precipitada por sua incapacidade de se refinanciar depois da crise dos subprimes e do crédito.
O atual secretário do Tesouro de Barak Obama, Tim Geithner, era então presidente do Federal Reserve de Nova York e reuniu os principais banqueiros do mercado para discutir o destino do Lehman. Participaram também os responsáveis do Tesouro e do regulador das Bolsas, a SEC. O Bank of America preferiu comprar um outro banco de negócios de Wall Street, o Merrill Lynch. O banco britânico Barclays deu sinais de sufoco e pediu ajuda federal, apesar do plano Bear Stearns. A SEC afirmou que a meta era “proteger os clientes do Lehman e manter a ordem nos mercados”.
Mas o então o ex-presidente do Fed, Alan Greenspan, sempre muito influente, declarou que não era preciso proteger todos os grandes bancos. “A falência de um grande banco em si não é um problema”, disse. “Tudo depende de como a liquidação é feita”, acrescentou.
Em plena campanha presidencial, os políticos se mostravam seguros. E o secretário do Tesouro, Henry Paulson, considerou o sistema bancário “sadio” e tranquilizou os americanos quanto à garantia de suas contas.
Mas a hecatombe veio além das expectativas e, ante a falência do Lehman, o candidato democrata Barack Obama centrou fogo nas críticas aos oito anos dos republicanos no poder, culpando-os da maior crise da história do país desde a Grande Depressão e defendendo uma regulamentação que protegesse investidores e consumidores.
E um ano depois, empossados, Obama e Geithner ainda tergiversam sobre regras claras e firmes de controle do sistema financeiro.
Fonte: Seguro em Pauta