Mercado de SegurosNotícias

Um ano bom, mas com concorrência

A atividade seguradora como um todo já pode comemorar o ano de 2008.
Não tem mais como ser um ano ruim, para não dizer que será um ano muito bom. Todos os indicadores importantes para o setor são positivos, em termos absolutos e em termos relativos, quando comparados com alguns anos atrás.
Em época de economia aquecida e de otimismo nacional, como a que o Brasil vive agora, as atividades relacionadas a seguros crescem quase que por inércia. Como o setor é essencialmente composto por atividades de apoio, na medida em que a nação se desenvolve, ele cresce junto, dando o suporte necessário para garantir a proteção exigida pela sociedade.
A atividade seguradora se subdivide em quatro grandes grupos: os seguros privados, a previdência privada aberta, os planos de saúde privados e a capitalização. Cada um deles tem especificidades únicas, mas, no conjunto compõem um segmento econômico que internacionalmente é tratado em conjunto, em função da semelhança entre suas características e seus fins.
Abrindo cada um deles e os colocando dentro da realidade sócio-econômica brasileira temos um desenho interessante, que mostra a estreita ligação com as demais áreas da economia e como estas acabam afetando seu desempenho, ainda que o setor desenvolva políticas próprias, focadas em sua vocação ou nas premissas exigidas por cada um de seus campos de atuação.
Tanto faz a vontade dos integrantes da atividade se o país estiver em crise. De outro lado, com a economia aquecida, o crescimento é certo porque a demanda pelos produtos é constante.
A economia de uma nação pode ser comparada a um grande navio. Não é possível pará-lo, ou mudar seu rumo de supetão. A inércia faz com que qualquer medida neste sentido só surta efeito depois de um determinado espaço de tempo, no qual atravessa uma determinada distância.
O Brasil entrou em 2008 comas turbinas abertas. Todos os setores da economia estão aquecidos e a tendência é que, independentemente de crises internacionais ou recrudescimento da inflação e da conseqüente elevação da taxa de juros, o processo ainda se amplie. Mesmo que, abalada por novos fatos, a economia inicie um eventual processo de desaceleração, este não será sentido agora, mas apenas no ano que vem.
Nunca a indústria automobilística vendeu tantos carros. Nunca se construiu tanto e se vendeu tantos imóveis. O comércio trabalha com as lojas cheias e no limite da produção industrial, tanto que as importações crescem sem parar, para completar as linhas de produtos que a indústria nacional não consegue suprir.
Este processo significa mais emprego. E mais emprego quer dizer mais seguros de vida, mais planos de saúde privados e mais planos de previdência complementar.
Como praticamente todos os automóveis ´´zero quilômetros´´ são segurados; como a construção, o comércio e o financiamento imobiliário exigem seguros; como as novas fábricas são seguradas; e o comércio começa a se valer de apólices de seguros para garantir suas transações, a soma destes fatores faria a atividade seguradora nacional crescer por inércia, pegando carona no bom momento da economia.
Mas o setor não está passivo. Pelo contrário, ele interage com a sociedade, desenvolvendo e oferecendo novas alternativas de produtos, mais modernos e mais eficientes. É o caso do micro-seguro, cada vez mais próximo de atender larga camada da população com produtos especialmente desenhados para elas.
Para melhorar ainda mais o cenário, a concorrência vai barateando o preço das apólices. Se isto é mais uma vantagem para o segurado, é também um complicador para algumas seguradoras que não conseguem acompanhar os descontos dados. É aí que saber escolher a seguradora faz a diferença. E é aí que um corretor de seguros profissional é fundamental para o segurado. Nem sempre o preço é o único diferencial. Em seguro a relação custo/benefício vai além do preço e só costuma aparecer na hora do sinistro.
*Antonio Penteado Mendonça é advogado consultor e professor do Curso de Especialização em Seguros da FIA/FEA-USP e comentarista da Rádio Eldorado. E-mail: advocacia@penteadomendonca.com.br

Fonte: O Estado de São Paulo

Falar agora
Olá 👋
Como podemos ajudá-la(o)?