Tesouro põe R$ 5,6 bi para subsidiar juro
O governo aprovou ontem subsídios de R$ 5,6 bilhões do Tesouro para reduzir os juros de dois programas já anunciados, mas as linhas de crédito ainda não estão sendo oferecidas na ponta.
O primeiro é para a compra e produção de máquinas e equipamentos com dinheiro do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). O segundo é para financiar projetos de infraestrutura que estão no programa Minha Casa, Minha Vida, com crédito da Caixa Econômica Federal.
Até agora, as empresas não puderam tomar os empréstimos porque os detalhes não tinham sido definidos.
“A demora ocorreu por causa dos procedimentos operacionais entre o Tesouro e o BNDES”, explicou o assessor econômico do Tesouro, Mário Augusto Gouvêa.
A Caixa informou que não tem data para o crédito começar a ser liberado. O valor disponível para esta linha é de R$ 5,5 bilhões. O governo vai arcar com R$ 133 milhões dos juros.
Nos empréstimos da Caixa, as empresas que farão as obras de infraestrutura do programa de habitação pagarão 7% ao ano de juros. Apesar do subsídio do Tesouro, este é exatamente o custo de captação dos recursos.
Isso porque o governo elaborou uma complicada engenharia financeira que envolve dois bancos públicos. O BNDES repassa o dinheiro à Caixa por 6% ao ano e recebe do Tesouro mais 1%. A Caixa, que pagou apenas 6% ao BNDES, vai cobrar do cliente os mesmos 7%.
No caso das linhas do BNDES para máquinas e equipamentos, as empresas poderão pedir o empréstimo a partir de hoje. O banco tem R$ 42,5 bilhões para emprestar para empresários que queiram adquirir ou produzir bens de capital.
Os juros cobrados pelo BNDES para esta linha de máquinas e equipamentos foram reduzidos de 10,25% para 4,5%. No caso das linhas para exportação de máquinas os juros caíram de 12,05% para 4,5% e para compra de caminhões de 13,5% para 4,5%.
Fonte: Folha de São Paulo