Tecnologia pouco explorada na gestão de saúde
Por Karin Fuchs
Em se tratando de gestão de saúde, a tecnologia da informação é uma das ferramentas primordiais para que as operadas possam ter uma avaliação integrada na análise de patologias, utilização, frequência e, consequentemente, para a tomada de decisões para a redução de custos. No entanto, o que se vê são bancos de dados que não se comunicam e informações descentralizadas que impossibilitam uma gestão eficiente.
Com esse foco, Ana Claudia Assis Pinto, líder da Prática de Gestão Estratégica de Saúde Marsh Gestão de Benefícios, apresentou a sua palestra no 16º Congresso Abramge, na manhã da última sexta-feira, 19 de agosto. O banco de dados não deve servir apenas como uma ferramenta de cobrança, mas sim como uma ferramenta de gestão, de forma que se tenha um mapeamento de utilização para que se possa fazer acompanhamentos de internação (custo mais alto), gerenciamento de doenças crônicas e mapear fatores de riscos, tais como hipertensão e obesidade.
Ainda de acordo com Ana Claudia, além da gestão eficiente possibilitar a redução de custos para as operadoras, ela também trás benefícios às empresas contratantes. Os custos indiretos por afastamentos de funcionários muitas vezes não são calculados. As empresas não enxergam que os gastos com faltas são maiores do que os com as operadoras. 44% dos casos de ausências se devem a falta de ações preventivas por parte das empresas, defende.
Mídias sociais e bem-estar
Assim como no Brasil, os países desenvolvidos também têm baixa performance de programas de prevenção nas empresas. Nós temos de pensar não apenas no fator físico, mas também emocional e financeiro que resultam no detrimento do bem-estar das pessoas, agravando fatores de riscos e queda na produtividade, diz John H.Harris III, CEO de Qualidade de Vida e vice-presidente de Inovações da Healthways International.
Nesse sentido, avalia Harris, faltam recursos suficientes por parte das empresas para desenvolver programas capazes de avaliar os fatores que interferem no bem-estar das pessoas. Por isso, as mídias sociais servem como grandes aliadas. Nós desenvolvemos um portal para ajudar as pessoas a se conscientizar sobre a importância do bem-estar. A conectividade social é um ponto muito forte para mudanças de comportamento e devemos pensar nelas mais como um jogo do que como um tratamento médico.
O futuro da TI
Luiz Antonio de Biasse Nogueira, representante da Abramge no Comitê de Padronização das Informações em Saúde Suplementar (COPISS), iniciou a sua apresentação afirmando que a TI deve ser tratada como estratégica, estar alinhada ao negócio e tem de fazer parte do planejamento da empresas, bem como no desenvolvimento de novos produtos. Ainda é comum a TI ficar restrita a processos operacionais, com pouca ou nenhuma inteligência de negócio, que serão as principais alavancas da evolução da saúde com padrões e interoperabilidade.
Interoperabilidade que, segundo Lincoln de Moura Assis Junior, diretor-presidente da Zillics, é um caminho sem volta. A fragmentação das informações resultam em retrabalho e desperdício de recursos. Com uma infraestrutura compartilhada, as empresas terão informações de toda a cadeia hospitais e clínicas, gestores de saúde, fornecedores, médicos e profissionais de saúde, home care, pacientes, protocolos, gestão de crônicos e operações de saúde , um banco de dados compartilhado, que possibilita uma visão integrada.
Fonte: Revista Cobertura