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Taxa de desemprego sobe para 8,1% no mês de julho

O aumento da taxa de desemprego em julho pode ser um sinal de que o mercado de trabalho atingiu o seu auge no primeiro semestre e começa a perder fôlego nas seis maiores regiões metropolitanas do Brasil. Mas mesmo com a tendência de arrefecimento no segundo semestre, a taxa média de desocupação deve encerrar o ano em 8,1%, percentual inferior aos 9,3% apurados em 2007, avalia Fábio Romão, economista da LCA Consultores. “O mercado de trabalho vai perder fôlego, mas continua forte até o final do ano”, comenta.
Em julho, a taxa de desemprego subiu para 8,1%, ante 7,8% no mês anterior. “Esse movimento é considerado como estabilidade”, diz Adriana Beringuy, economista da Pesquisa Mensal de Emprego, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ela ressalta que na comparação com julho de 2007 houve queda 1,4 ponto percentual. Para Romão, essa diferença em relação ao ano passado, no entanto, deve diminuir daqui para frente, com as taxas mensais de ocupação cada vez mais próximas ao dos mesmos períodos do ano passado. Em maio de 2008, lembra o economista, o percentual de desempregados era de 7,9%, ou 2,2 pontos inferior ao registrado em igual mês do ano passado. “Em julho, essa diferença caiu para 1,4 ponto e deve se estreitar”, afirma o economista. A elevação da taxa de desemprego em julho reflete o aumento no número de pessoas procurando trabalho. No mês passado, afirma Romão, o estoque de ocupados cresceu 4% na comparação anual, ante 4,5% no mês anterior. Ao mesmo tempo, a População conomicamente Ativa (PEA) continua a apresentar taxas superiores a 2% desde maio. “Isso pressiona a taxa de desemprego. A queda pode ser o primeiro indício de arrefecimento do mercado de trabalho”, diz. A população ocupada ficou estável em relação a junho, com 21,7 milhões de indivíduos. O número de trabalhadores com carteira assinada de 9,5 milhões também ficou estável na comparação com o mês anterior, mas avançou 7,8% em relação a julho do ano passado e atingiu o seu maior percentual para o mês (43,8%).
Os empregados sem carteira assinada no setor privado representavam em julho 13,8% da população ocupada – estabilidade tanto na comparação anual como na mensal. Recuperação do rendimento Para o economista da LCA, a grande surpresa foi a recuperação do rendimento médio real dos trabalhadores, estimando em R$ 1.224,40 em julho, crescimento de 3% frente a julho do ano passado. “Isso é reflexo do maior poder de barganha do trabalhador (nas negociações salariais) e do bom desempenho nas capitais pesquisadas, especialmente de subsetores da indústria como materialde transporte e bens de capital”, comenta.
A expectativa é de que o repique inflacionário e o arrefecimento do mercado de trabalho dificultem o avanço do rendimento real no segundo semestre, avalia Romão. O economista lembra que a alta de preços principalmente dos alimentos já corroeu o rendimento do trabalhador, mas apresenta, segundo os últimos indicadores de inflação, desaceleração. “Esperamos uma queda de 0,05% no IGP-M de agosto, devido à descompressão das commodities. Isso tem se refletido no varejo”, afirma Romão.
Para Adriana Beringuy, do IBGE, se por um lado a pressão dos alimentos na inflação está perdendo força, a elevação de custos de tarifas (energia e telefonia), planos de saúde e alugueis pode ser uma preocupação para o segundo semestre. “Não se sabe ainda até que ponto esses reajustes que estão por vir vão corroer a renda do trabalhador”, afirma. “Em alguns casos, como o aluguel, é possível negociar, mas em outros como tarifas públicas e planos de saúde, o consumidor não tem poder de barganha.”

Fonte: Gazeta Mercantil

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