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S&P estimula corretoras a investir mais em consultoria

O gerenciamento de risco ganha cada dia mais importância dentro das companhias que buscam identificar, quantificar e mitigar perdas em decorrência de acidentes. A abertura do resseguro no mês de abril trouxe mais relevância, uma vez que com a entrada de novos concorrentes, as coberturas, preços e negociações serão mais abrangentes, tirando o gerente de risco da incômoda posição de monopólio dos últimos 70 anos.
Nesta semana, a importância do gerenciamento de risco ganhou um novo estímulo. A Standard & Poor, agência internacional de rating, divulgou que a partir do terceiro trimestre de 2008 irá passar a considerar o ERM (Enterprise Risk Management) em seus critérios de ratings, agora também para as empresas não-financeiras. O ERM irá proporcionar uma análise mais sistemática do gerenciamento dos negócios e de governança corporativa, aumentando a transparência para os acionistas entenderem a habilidade da empresa na gestão de riscos. Trata-se de um levantamento dos riscos a que as empresas estão expostas, como danos causados ao meio ambiente, reputação, logística, risco político e até mesmo de auditorias.
“A decisão da S&P vai ao encontro dos anseios da indústria de seguros, porque ajuda a melhorar a qualidade da subscrição do risco. Os seguradores e resseguradores querem conhecer melhor os clientes para poder precificar de forma justa o programa de seguro”, diz Marcelo Homburger, vice-presidente da Aon Risk Service, uma das maiores corretoras de seguros do mundo.
Os riscos de uma empresa no mundo moderno vão muito além do risco de acidentes com incêndio, roubo e perdas com transporte. É preciso pensar nos riscos que podem comprometer a sustentabilidade da empresa. O aquecimento global, a emissão de CO2, o aumento do nível da água são problemas que podem comprometer o futuro do planeta e, conseqüentemente, das empresas.
O executivo explica que o ERM ajuda as agências de classificação a analisarem melhor as políticas que as empresas têm para lidar com os riscos. Alguns deles podem não estar cobertos por seguros, mas foi diagnosticado. O sistema desenvolvido pela Aon busca identificar e diagnosticar os mais diferentes riscos aos quais uma empresa possa estar exposta. “Criamos um radar e avaliamos os mais diferentes riscos, como políticos, financeiros, legais, regulamentação, processos, fusões e aquisições, cadeia de suprimentos, que pode inclusive ser aplicável para empresas que desejam avaliar suas operações fora do País”, informa.
As corretoras concorrem na prestação deste serviço com as consultorias. A diferença, explica Homburger, é que corretoras além de fazerem o levantamento utilizam cálculos atuariais para quantificar as possíveis perdas.
Riscos mais temidos
Uma pesquisa realizada pela Aon com 320 executivos de diversos segmentos, em 29 países, no ano passado, revelou que o risco mais temido pelas grandes corporações é “danos à reputação da empresa”. A reputação é encarada como a maior fonte de vantagem competitiva. O estudo traz uma fotografia dos riscos empresariais e o quanto eles são parecidos, independentemente do setor de atuação. O segundo risco potencial citado pelos executivos na pesquisa foi a interrupção de negócios, para o qual 30% dos entrevistados disseram que a empresa não está preparada para enfrentar o problema. O terceiro maior risco comentado pelos profissionais entrevistados foi o de responsabilidade civil, potencializado pela globalização e influência de culturas mais litigiosas como nos Estados Unidos, onde processar virou um hábito.

Fonte: Segs.com.br

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