Setor lucra R$ 2,2 bilhões no trimestre
O mercado de seguros encerrou o primeiro trimestre do ano com lucro líquido de R$ 2,2 bilhões, alta nominal de 3,5% sobre os R$ 2,1 bilhões do mesmo período de 2006. Em março houve uma queda de 11%, de R$ 951 milhões para R$ 848 milhões contra R$ 951 milhões, na lucratividade do setor. “As grandes variações se localizaram no agravamento da sinistralidade retida de fevereiro de 2007 para março de 2007 e na abrupta queda do resultado de coligadas e controladas”, disse Luiz Roberto Castiglione, consultor e autor do estudo trimestral dos dados financeiros do setor.
A taxa média de retorno do patrimônio líquido no trimestre foi equivalente a 27,41%, seis pontos percentuais abaixo dos 33,67% de 2006. Excluindo o resultado de coligadas e controladas, a taxa média passa para 29,06% no primeiro trimestre de 2007, praticamente um ponto acima dos 28,22% do ano passado. Segundo Castiglione, as companhias vêm auferindo uma taxa de retorno bem elevada, de 29% ao ano, sem considerar os efeitos das coligadas. “A grande explicação se localiza na melhoria dos resultados operacionais. O resultado industrial foi positivo e equivalente a 3,8% dos prêmios ganhos mais rendas e contribuições retidas contra um déficit de 1,5% do mesmo período do ano anterior”, explicou.
A busca por melhores desempenhos operacionais se tornou obrigatória com o ciclo de queda das taxas de juros. Neste primeiro trimestre a remuneração média foi de 13,08%, quase cinco pontos percentuais abaixo dos 17,55% de 2006. Com isso, explica, o resultado financeiro atribuído à operação foi de 13,2% dos prêmios ganhos, queda nominal de 3% sobre os 14,7% do ano passado.
De acordo com o estudo, houve melhoria da margem de seguros em função da redução da sinistralidade retida. A margem de previdência privada também registrou sensível melhora; além dos ganhos de escala nos custos administrativos, aponta o consultor.
Segundo estudo encomendado pelo Sindicato dos Corretores de Seguros do Estado de São Paulo (Sincor-SP), o setor de seguros faturou mais de R$ 9,5 bilhões no primeiro trimestre deste ano, alta de 6,5% em relação ao mesmo período do ano anterior, sem considerar os resultados de seguro saúde e VGBL, que não são prioritariamente operados por corretores de seguros.
Liderança
A Bradesco Auto Re, Unibanco AIG e Porto Seguro, líderes do ranking que exclui saúde e VGBL, produtos praticamente não operados por corretores, respondem por 32% das vendas. Em automóvel, principal filão do setor com faturamento de mais de R$ 4,4 bilhões, a Porto Seguro lidera com 16,73% de participação, seguida pela Bradesco Seguros (12,89%) e pela SulAmérica (12,42%). O grande destaque na Unibanco vem dos grandes riscos e do seguro de garantia estendida. Este último já atingiu faturamento anual acima de R$ 1 bilhão.
Fonte: Gazeta Mercantil