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Setor ganha em eficiência e preços

Quase 20 resseguradoras e dez corretoras de resseguros já se preparam para disputar os contratos de resseguros. Estimado em US$ 2 bilhões, o Brasil é pequeno frente aos US$ 180 bilhões faturados no mundo. Mas tem suas vantagens. Uma delas é que não gera prejuízos recordes às resseguradoras com catástrofes naturais.
Além disso, em outros emergentes de peso, como China, Índia e Rússia, que com o Brasil formam o Bric, há limites para operações de resseguro. Há também os investimentos em projetos de infra-estrutura. Só PAC (Progama de Aceleração do Crescimento), revela R$ 275 bilhões para o setor de energia.
Kurt Müller, presidente da subsidiária local do grupo Munich Re, não teme a concorrência. “Somos um grupo internacional líder, com experiência de 127 anos, e podemos trazer muitos benefícios para o mercado brasileiro como nossa capacidade financeira de subscrição, produtos diferenciados e conhecimento técnico.” No Brasil, a Munich Re irá atuar em todos os segmentos. Para o executivo, os ramos que mais demandarão negócios para o ressegurador alemão são os de grandes riscos empresariais, responsabilidade civil, riscos de engenharia e garantias financeiras, além de responsabilidade civil e no “marine”.
Swiss Re, maior resseguradora do mundo, presente no Brasil há 12 anos, atuará com duas empresas como admitidas, uma com sede nos EUA e outra na Suíça. O grupo tinha 12 funcionários e outros quatros foram contratados para reforçar o quadro de pessoal com a abertura do resseguro que começa efetivamente em abril, informou Oliveira. Os ramos que mais demandarão negócios para a Swiss Re no Brasil são os de grandes riscos industriais, como petroquímica, siderurgia, papel e celulose, entre outros grandes segurados, como obras de infra-estrutura e ampliação de projetos industriais, que deverão aumentar a demanda por apólices de garantia e riscos de engenharia. A Swiss Re faturou mundialmente US$ 23,8 bilhões em 2006.
Lorde Peter Levene, CEO do Lloyd?R™s of London, instituição de seguros mais antiga do mundo, aposta no mercado de resseguros brasileiro. “A economia brasileira faz parte do Bric (Brasil, Rússia, Índia e China), grupo de nações emergentes mais importantes. Tem uma economia de peso, um governo estável, baixa inflação e bons negócios. Com a abertura, o Brasil imediatamente se transformou em um ótimo mercado para resseguros”, afirmou. O Lloyd?R™s representará os maiores sindicatos do mundo.
Segundo Paulo Pereira, que comanda as operações da Transatlantic Re, a opção do grupo foi ser admitida em razão de já conhecer o mercado ?R“ está há doze anos no Brasil – e também pela solidez financeira, com rating A+ da AMBest e AA da Standard & Poor´´´´´´´´s. “Isso nos possibilitará ter acesso aos principais ofertas de resseguros do País”, aposta Pereira. Além dos mercados tradicionais – grandes riscos, engenharia, garantia, responsabilidade civil e transporte -, a Transatlantic pretende atuar em agrícola e vida.
A AIU (American International Underwriters), braço internacional do grupo AIG em seguros e resseguros, também atuará como ressegurador admitido. O argentino Guillermo Leon comandará a American Home Assurance Company, empresa do grupo AIG escolhida para estar no Brasil. Segundo ele, o maior desafio do mercado brasileiro com a abertura é ter mais cuidado na preparação da apólice. “É preciso saber interpretar o que o segurado quer e o que a resseguradora tem condições de ofertar. A relação passará a ser mais técnica e menos comercial”, diz.
Hoje o escritório da AIU tem dez funcionários, mas esse número deverá dobrar em seis meses com a contratação de executivos para compor a resseguradora admitida. A filial atuará com várias linhas de negócios, principalmente garantias financeiras, responsabilidade civil para executivos e riscos de engenharia, bem como em grandes riscos.
O grupo Mapfre abrirá duas empresas no Brasil, uma local e outra eventual. O comando da operação ficará com Bosco Francoy, atual responsável pela Mapfre Re do Chile. No Brasil, o único executivo hoje é Ricardo Scacalossi Mariano. “Operamos com uma estrutura enxuta e ainda não sabemos quantas pessoas iremos contratar”, diz Francoy. A Mapfre Re está presente em 16 países, com escritórios na Argentina, Colômbia, Chile, México e Venezuela. Em 2008, o grupo espera que o mercado de resseguro latino represente 27% da carteira de prêmios com o mercado brasileiro. Em 2007, alcançou prêmios de resseguros de 1,6 bilhão de euros, 11,2% acima do ano anterior. A opção da Mapfre para ser local é de longa data. “Desde 1994 temos interesse pelo Brasil”, diz Ramon Aymerich, executivo da Mapfre Re. Inclusive o grupo era um dos principais concorrentes a comprar o IRB Brasil Re no processo de privatização suspenso em 2000.
A Gen Re, cujo principal acionista é o megainvestidor Warren Buffett, terá um escritório em São Paulo. Esta é a terceira tentativa da Gen Re de operar no Brasil. A primeira foi em 1958 e a segunda em 1997. O grupo optou por retornar ao Brasil apenas quando o mercado fosse aberto. Como seus concorrentes, a Gen Re vai operar em todos os ramos no país – vida e não-vida.
“Estamos bastante entusiasmados com a abertura do mercado no Brasil e com a oportunidade de operar como ressegurador local e admitido. Por muitos anos tivemos um escritório de representação no País e acredito que estamos posicionados para sermos líderes no novo ambiente. Contamos com uma equipe de gestão capacitada e experiente, excelentes relacionamentos com o segmento local de seguros, com serviços de confiança”, disse James H. Veghte, CEO da XL Re. Carlos Caputo, que gerenciará as operações.
A PartnerRe anunciou no último fim de semana que abrirá escritório de representação em São Paulo, atuando como admitida. Patrick Thiele, presidente e diretor executivo da PartnerRe disse, que ter um escritório em São Paulo significa que poder atender melhor os clientes do Brasil, oferecendo a eles mais capacidade e know-how diretamente para o mercado local. “É também a etapa seguinte de uma estratégia ponderada e de longo prazo de expansão para os mercados emergentes da PartnerRe”, “, afirmou. Alvaro Madronero e David Preti foram nomeados diretor comercial e diretor operacional, respectivamente, para administrar o escritório brasileiro.
O plano de negócios para o Brasil, segundo os entrevistados, projeta um incremento razoável do mercado de resseguros local, mas não de imediato. É esperada uma queda inicial de prêmio em razão da concorrência e também de algumas carteiras de seguros que estavam com preço acima devido ao monopólio no País. Mas eles são unânimes em dizer que terão lucro já no primeiro ano. “Precisamos ter resultado para que o acionista coloque mais dinheiro na operação local”, diz Ramon Aymerich, da Mapfre Re, que lembra a ausência de catástrofes naturais no Brasil, mas ressalta que o País foi o que recebeu do mercado internacional as duas maiores indenizações individuais do mundo: Petrobras e CSN.

Fonte: Gazeta Mercantil

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