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Seguro tem papel fundamental na sustentabilidade do crescimento dos países

“Por que muitas pessoas não compram seguro se o produto tem um benefício essencial para a manutenção do status social?”, indaga Craig Churchill, especialista da Microinsurance Innovation Facility da Organização Internacional do Trabalho (OIT). E ele mesmo responde durante a última palestra proferia na 4ª Conferência de Proteção do Consumidor de Seguros, que aconteceu nos dias 6 e 7 em São Paulo, promovida pela CNseg com apoio da Escola Nacional de Seguros. “Porquê têm dificuldade para entender e confiar nas companhias de seguro”, sentencia.
Diante dessa constatação com base em centenas de projetos que acompanha em diversos países, a missão de Craig Churchill é difundir as experiências mundiais como forma de contribuir para que todos desenvolvam projetos de educação financeira viáveis. “Projetos que levam a proteção do seguro para um número cada vez maior de pessoas”, afirmou.
Para ele, que se declara um apaixonado pelo tema, o seguro tem um papel fundamental na sustentabilidade do crescimento dos países, uma vez que traz suporte financeiro para aqueles que registram perdas eventuais. “Nosso desafio é trazer para o mercado aquelas pessoas que desconhecem a proteção financeira que pode permitir que retomem suas vidas e seus negócios diante de acidentes. E a melhor maneira de ajudar as pessoas a entender o que é seguro é pagando o seguro justo e rapidamente”, afirmou o especialista.
A primeira missão da organização é aumentar a confiança da sociedade nas instituições do seguro. “A Microinsurance existe desde 2008 e queremos dar mais acesso às pessoas que não estão no mercado. É assim que participamos desse processo”, explicou. A fundação, que conta com recursos de gigantes como Bill Gates, dá bolsas para empresas, como fez com a Bradesco Seguros, no intuito de compartilhar experiências. “É uma agenda internacional e há muita coisa a ser aprendida. O que temos no Brasil é algo bem diferente do que vemos no Quênia, por exemplo, mas entendemos que as duas experiências são importantes para serem divulgadas a todos.”
A agenda da instituição de microsseguros é pautada por vários itens vitais para a estratégia de negócio, desde o crescimento das vendas, inclusão social, desenvolvimento de canais de distribuição, parcerias públicos privadas, bem como o lucro. “Quatro entre dez empresas entram em mercados novos motivadas por lucro e para expandir a marca socialmente. E temos nas camadas sociais mais carentes um grande mercado potencial, que se bem assistido, se tornará consumidor”, comenta.
Ele conta que os bancos são os maiores canais de distribuição, mas a cada dia surgem novos canais para o desenvolvimento do microsseguros. Segundo ele, pequenas instituições de financiamento como cooperativas se mostram um projeto vencedor. Ao contrário de locais de fé, como igrejas, que apresentam resultados ruins.
Outra tendência mundial citada por Churchill é fazer a venda de seguro ser a atividade principal dos canais alternativos, pois se há um problema com a principal fonte de renda, os investimentos feitos em seguros se perdem, uma vez que o vendedor vai se dedicar a sua atividade principal, deixando a cultura de seguro em um plano secundário.
Uma constatação dos estudos sob a tutela do especialista é que o seguro de vida é lucrativo. Já o de saúde é mais difícil de se chegar a um ponto de equilíbrio. Ele também citou que o modelo independente de microssseguro é mais desafiador no longo prazo. “Os projetos que usam a infraestrutura de uma grande empresa, com portfólio misto, tendem a apresentar melhor rentabilidade”, contou. Outra dica do especialista é ter uma perspectiva de longo prazo quando o negócio é microsseguro. “Tanto em relação ao lucro como a escalda”, resume.
Quanto às Parcerias Público Privada, o especialista afirmou que cada dia registra novas histórias de sucesso, que podem mudar o cenário de um país. “A empresa tem de confiar no governo para que o mercado privado possa passar confiança ao consumidor. As áreas agrícolas e de catástrofes naturais são as que mais têm projetos deste tipo, citou. O equilíbrio mágico do microsseguro é uma tendência, ou seja, a busca de soluções que beneficiem os clientes e as seguradoras, finalizou Graig Churchill.
Questionado por Eugenio Liberatori Velasques, presidente da comissão de microsseguros e seguros populares da CNseg, sobre qual o erro que não devemos cometer no Brasil, o especialista foi rápido na resposta. “A questão da educação financeira está em nosso objetivo, mas gostaria de ter certeza de que estamos complementando os serviços prestados. É importante criar uma base de cliente novos, de forma mais efetiva do que a distribuição de folhetos.”, respondeu.

Fonte: CNSEG

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