Seguro Rural: seguradoras buscam recursos nos estados
Enquanto aguardam o anúncio das alterações no Programa de Subvenção ao Seguro Rural, o PSR, prometido pelo Governo Federal para este mês, as companhias seguradoras se movimentam.
Sem contar com os recursos do Ministério da Agricultura até agora, as seguradoras que atuam nesse setor articulam um périplo pelo país visando convencer governadores e secretários de agricultura para a importância de contribuir com o produtor rural no pagamento de seguro agrícola. Mais uma vez tentam trazer dinheiro para estimular a cultura do seguro, garantindo ao produtor rural suporte frente aos imprevistos da atividade. Tarefa difícil.
Apenas dois estados no Brasil investem nessa ferramenta, pagando – em alguns casos cobrem até 30% — parte do custo com o seguro: São Paulo destinou cerca R$ 100 milhões, e o Paraná outros R$ 3 milhões. É pouco? Mas é um auxílio. Os agricultores e as seguradoras contavam com recursos de R$ 1,06 bilhão vindos do Governo Federal (que pagaria mais de 1/3 do prêmio) anunciados no último Plano Safra 24/25, mas 33% desse total estão bloqueados e não há indicação que sejam liberados. Sem esses R$ 355 milhões alguns produtores ficaram expostos ao custo total da apólice. Houve alguma renegociação, mas também cancelamento de contratações.
O seguro rural é muito caro para o produtor. Os custos variam de 4 e 15% dependendo da cultura, da localização e do tamanho da atividade. Como poucas lavouras têm rentabilidade que permita cobrir esse custo, o produtor sem seguro assume o risco de prejuízos com o investimento na lavoura em caso de danos com perda de safra por seca ou enchentes, por exemplo.
Desde 1991 essa dificuldade do produtor em pagar seguro mobiliza o setor. Mas somente em 2003, através de lei, semeou-se o que hoje é o PSR, que paga parte do prêmio, diminuindo os custos do seguro feito pelo agricultor. E o programa avançou protegendo mais de 7 milhões de hectares de áreas cultivadas em 2024.
Mas este ano, além de bloquear recursos previstos no ano passado, o Governo Federal deixou o PSR fora do anúncio do Plano Safra 25/26, não indicou recursos destinados ao programa para o período, e informou, para surpresa de boa parte do setor, que reavalia e reestrutura o programa.
Isso levou seguradoras privadas a recalcular a expansão da área segurada em 2025. Se a expectativa das companhias este ano era aumentar a cobertura acima dos 7,5 milhões de hectares, as empresas agora estimam que a área protegida recue a 5 milhões de hectares. “Nesse redimensionamento há estimativas de queda para até 3 milhões de hectares”, diz Glaucio Toyama, presidente da Comissão de Seguro Rural da Fenseg, a Federação Nacional de Seguros Gerais, que congrega as companhias de seguro.
Fonte: CQCS