Seguro Rural é essencial para o País, afirma presidente da Academia Nacional de Agricultur
Veja a entrevista do ex-ministro da agricultura, Roberto RodriguesO ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, assume presidência da Academia Nacional de Agricultura e afirma em entrevista para a Agência Brasil que o estabelecimento de uma política de renda no meio agrícola seria essencial para o país, do mesmo modo que a instalação definitiva do seguro rural. Para isso, afirmou Rodrigues, é necessário um entendimento entre o setor público e o privado, estabelecendo mecanismos de ação em conjunto.Veja abaixo a íntegra da entrevista:Roberto Rodrigues assume presidência da Academia Nacional de AgriculturaTransformar a Academia Nacional de Agricultura em um chapéu pensador do agronegócio brasileiro é uma das metas do ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, que assume a presidência da instituição no dia 15 de agosto de 2013. Em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV) do Rio de Janeiro, Rodrigues pretende discutir os temas relevantes do setor, mas não mais na linha do diagnóstico.Em entrevista à Agência Brasil, explicou que deseja encontrar soluções que sejam factíveis para cada gargalo, tanto do ponto de vista das políticas públicas, como do setor privado. O objetivo é elaborar planos e propostas concretas que possam ajudar o governo, o Legislativo e o Judiciário a entender melhor o setor e a encontrar caminhos que levem ao desenvolvimento da agricultura nacional.Roberto Rodrigues avaliou que o agronegócio tem sido responsável por garantir o saldo comercial positivo internacional do Brasil, além do próprio crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma dos bens e serviços produzidos no país, e a geração de empregos.É um setor dinâmico, com uma série de gargalos que nós precisamos resolver de maneira positiva, construtiva. O ex-ministro disse que o estabelecimento de uma política de renda no meio agrícola seria essencial para o país, do mesmo modo que a instalação definitiva do seguro rural, mas destacou que isso implica em mecanismos de ação pública e privada. A ideia é trabalhar esses mecanismos a partir da academia e buscar uma costura, ou seja, um entendimento entre o setor público e o privado, para evoluir para um seguro rural digno desse nome, como existe nos países desenvolvidos.Na área do comércio exterior, Rodrigues disse que o Brasil tem sua maior pauta de exportações em commodities (produtos agrícolas e minerais comercializados no mercado internacional) porque o comprador, lá fora, quer comprar matérias-primas para agregar valor lá. Da mesma forma que eu quero agregar valor aqui.A negociação entre compradores e vendedores passa, segundo argumentou, por uma postura diplomática. Penso que aqui há um papel importante para o Itamaraty jogar junto conosco.Na opinião de Rodrigues, a realização de acordos internacionais que permitam agregar valor de forma paulatina aos produtos brasileiros poderia ser uma solução muito bem-vinda, para não criar problemas nem para nós, nem para eles (compradores).Outro tema que Rodrigues destacou são os acordos bilaterais. O Brasil não tem acordo bilateral com nenhum país. Segundo ele, esse é um capítulo pelo qual já passa hoje a terça parte do comércio mundial. Na presidência da Academia Nacional de Agricultura, Rodrigues pretende criar um diálogo com o Itamaraty para buscar essa linha de agregação de valor, sem destruir mercados.No âmbito interno, a infraestrutura logística é apontada como principal gargalo a ser combatido. Rodrigues destacou que a Empresa de Planejamento Logístico (EPL) tem, atualmente, um plano espetacular para a logística brasileira, englobando as áreas de ferrovias, rodovias, portos, hidrovias, entre outras. O projeto é muito bom. O problema é transformá-lo em realidade. Para ele, a questão passa pelo estabelecimento de parcerias e concessões que o governo fará a empresas privadas.O ex-ministro reconheceu que esse processo demandará muita negociação, porque envolve licenças ambientais, burocracia e outros procedimentos que vão tornar mais lenta a construção dos projetos programados pela EPL.A Academia Nacional de Agricultura atuará na busca de mecanismos de aproximação dos setores público e privado para agilizar esse processo, que é do interesse de todos, destacou Rodrigues.
Fonte: Agência Brasil
