Mercado de SegurosNotícias

Seguro paramétrico cresce como alternativa para lidar com riscos catastróficos

Afinal, o que é, para que serve e quem vende o tal do seguro paramétrico que virou um assunto recorrente em conversas sobre o mercado de seguros em todo o mundo? Para começar, este seguro surge como uma das alternativas para mitigar riscos ligados aos efeitos das mudanças climáticas, risco que está entre os dez principais aos negócios no mundo, incluindo o Brasil, segundo estudo da Allianz Risk Barometer 2024, realizada com 3.069 especialistas de 24 setores econômicos em 92 países.

O assunto é tão relevante, que é destaque entre as mais de 200 palestras do RiskWorld, a conferência anual da RIMS (Risk and Insurance Management Society), a associação dos gerentes de riscos dos Estados Unidos, que acontece entre 5 e 8 de maio em San Diego, na Califórnia. Neste ano, o Brasil conta com uma delegação de aproximadamente 50 executivos, entre gestores de riscos, corretores de seguros, seguradores e resseguradores.

As catástrofes naturais têm castigado o mundo todo. Os danos econômicos causados superaram US$ 291 bilhões em 2023. Deste valor, US$ 117 bilhões foram indenizados pelas seguradoras.

Nos últimos 30 anos, o peso das perdas relativas em comparação com o PIB duplicou. As alterações climáticas não são o único fator neste aumento.

A expansão urbana e os valores imobiliários mais elevados em países ricos e pobres desempenham um papel importante. Mas o fato de os chamados perigos secundários, como inundações, incêndios florestais e tempestades de granizo, serem agora responsáveis por 70% de todas as perdas de catástrofes seguradas – em vez de eventos de alto impacto, mas muito mais raros, como terramotos ou furacões – demonstra o impacto crescente das alterações climáticas no setor dos seguros.

Em países com o seguro já desenvolvido, a recuperação pela devastação causada por algum evento climático é rápida. Famílias são abrigadas decentemente e a mobilidade, com a reconstrução da infraestrutura, é retomada com o apoio das indenizações e dos serviços prestados pelas seguradoras.

Já em países com baixa penetração de seguros, o que vemos é o crescimento da pobreza, uma vez que os governos enfrentam dificuldades com déficit fiscal negativo ou próximo a zero para arcar com as contas básicas como educação, saúde, moradia e saneamento, quiçá para despesas extras como as geradas pelos impactos da natureza. O que se busca é uma solução que envolva conscientização, mitigação e transferência de riscos.

Afinal, a empresa que não tem um plano de contingência ou seguro corre o risco de perder pontos dos analistas em suas recomendações de compra de ações.

Boa parte das mais de 200 palestras do RiskWorld busca conscientizar os gestores dos riscos e mostrar os caminhos para mitigar e financiar a proteção de perdas, que vão do uso de empresas cativas ao mercado de títulos de catástrofes (ou bonds, que envolvem uma complexa operação financeira para atrair investidores em busca de uma maior rentabilidade) até o seguro paramétrico.

Executivos defendem que o seguro paramétrico tem técnicas modernas de seguros e podem ser uma solução para a transferência de riscos catastróficos.

Explicam que os clientes podem adquirir a chamada cobertura “paramétrica”, que desembolsa uma determinada quantia assim que um fator pré-acordado, como a altura de um rio ou a magnitude de um terremoto, for atingido.

Algumas empresas com elevados valores em risco tem usado o seguro paramétrico para complementar apólices de instalações individuais. Alternativamente, ao combinar imagens de satélites ou drones com todas as informações sobre a instalação afetada já na sua base de dados, a seguradora pode hoje avaliar a gravidade do evento em tempo real e, no caso de um sinistro válido, pagar quase imediatamente – sem a necessidade de esperar que um avaliador de sinistros realize uma visita física, como acontecia no passado.

Os clientes mais sofisticados, por sua vez, constroem parceria de gestão de risco com a seguradora em plataformas digitais. As informações das propriedades e dos processos operacionais são inseridas na plataforma de dados de catástrofes naturais da seguradora, enriquecidas com análises, dados de muitos anos de sinistros anteriores e até mesmo conjuntos de dados de terceiros.

Os resultados são então partilhados com o cliente, geralmente sob a forma de cenários – por exemplo, testes de resistência a uma cadeia de abastecimento relativamente a uma inundação ou a uma pandemia, como também modelar o que acontece se as temperaturas foram altas ou baixas demais para uma produção de maçã ou para os animais.

Fonte: NULL

Falar agora
Olá 👋
Como podemos ajudá-la(o)?