Seguro garantia: Segurador aposta
Em primeiro lugar, é preciso esclarecer que enquanto o seguro fiança é uma obrigação assumida por alguém que se responsabiliza pelo devedor, o garantia é o cumprimento de uma obrigação contratual que visa, não a cobertura de danos, mas a obrigação de uma obra, desde a elaboração até o prazo de entrega.
“Para trabalhar com este produto é preciso uma ampla análise da capaeitação técnica e econômica do aderente”, explica João Possiedc, da J. Malucclli Seguradora, acrescentando que o mercado do seguro garantia perdeu muito com os bancos que operam com o seguro fiança.
Mas o mercado ainda tem muitos passos a seguir com o seguro garantia. A começar que se trata de um produto recente, criado no início da década de 90 que ganhou mercado com aumento das empresas que participam da infra-estrutura do país, por meio de concessões. “Nenhum país do mundo conseguiu colocar um seguro no processo de concessões para rodovias como o Brasil. Somos um modelo para o mundo”, ressalta Carlos Frederico Ferreira, da Aurea Seguros.
Entre as principais vantagens do produto, Ferreira enumera o apoio às obras, ao crescimento econômico, desenvolvimento e melhorias. “O Brasil é uni país carente em infra-estrutura. Se o seguro garantia está atrelado às obras, isso significa que temos um mercado promissor, com muitas oportunidades”, conta.
Como exemplo, ele cita o setor naval, que tem quase R$ 2 bilhões em investimentos para a construção de navios. Uni investimento que demanda o seguro garantia desde o início, com os fornecedores e mão-de-obra, até o cumprimento nos prazos de entrega.
Em termos de participação de mercado, Possiede comenta que no Brasil o percentual representado pelo seguro garantia é muito pequeno, na casa dos 0,38% do total do mercado de seguros. Na Colômbia, essa participação é de 3,01%, seguida pelo México com 2,36% e pela Argentina com 1,25%. “Há mercado para crescer. O que falta é um maior conhecimento do produto, com profissionais especializados e uma maior divulgação, com foco nos potenciais clientes”, defende.
Fonte: CQCS